Pesquisa mostrou que só 11% das brasileiras fazem exercícios durante o lazer
As mulheres brasileiras estão mais preocupadas com a própria alimentação do que os homens. Elas comem mais verduras, frutas e hortaliças, dispensam carnes gordurosas e bebem menos refrigerante do que eles. No entanto, ainda precisam descobrir o prazer da atividade física.
As constatações foram reveladas em um estudo divulgado hoje pelo Ministério da Saúde. Chamada de Perfil da Alimentação e Atividade Física da População Brasileira, a pesquisa foi feita com mais de 54 mil pessoas no ano passado.
Os dados mostram que 35,5% das mulheres brasileiras em idade adulta consomem frutas, verduras e hortaliças mais de cinco vezes por semana, enquanto 24,3% dos homens fazem mesma coisa. As frutas, os legumes e os vegetais fazem parte das refeições diárias de 22,4% da população feminina, enquanto o índice é de 14,8% entre os homens.
“As mulheres são muito mais cuidadosas com a própria alimentação do que os homens, padrão demonstrado ao longo dos quatro anos da pesquisa”, destaca a coordenadora geral de Doenças e Agravos não-transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.
A diferença de comportamento entre homens e mulheres é ainda maior quando o assunto é a ingestão de carnes gordurosas. A pesquisa mostrou que 43,2% dos homens afirmaram comer carnes com gordura em excesso. Entre as mulheres, o consumo cai para 24,3%, e o número vem caindo ao longo dos anos. Quando o estudo começou a ser feito, em 2006, 28,9% das brasileiras comiam carnes gordurosas.
Os refrigerantes também vêm deixando de fazer parte da rotina alimentar feminina. Segundo o estudo, apenas 23,3% das mulheres em idade adulta admitem tomar refrigerantes regularmente. Marley Mendonça Alves, professor da Escola de Nutrição da Universidade Católica de Brasília (UCB), diz que a mulher é mais seletiva ao comer.
Apesar do bom sinal, Júlia Nogueira, professora da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB), alerta para um problema que fica escondido nesses números: as mulheres são também as maiores vítimas de distúrbios alimentares por causa da preocupação excessiva com o próprio corpo. Ela ressalta que muitas mulheres comem muito pouco e são mais vulneráveis a doenças como anorexia e bulimia.
“A mulher tem um comportamento diferente do homem em vários sentidos. Com isso, os problemas podem ser diferentes”, afirma.
Exercícios em casa
As mulheres se preocupam mais com hábitos alimentares saudáveis e, nas estatísticas, estão empatadas com os homens no quesito sedentarismo. Pior: a prática de esporte no universo feminino ainda não está aliada ao prazer. O estudo mostra que somente 11% das brasileiras fazem atividade física em momentos de lazer.
No critério lazer ou deslocamento (para o trabalho ou escola) 26,6% praticam atividade física e, do total entrevistado, 16,5% são sedentárias. Segundo Deborah, uma das coordenadoras da pesquisa, os resultados mostram que as mulheres acabam se exercitando mais dentro de casa, com as tarefas domésticas.
“O machismo se revela até nas atividades físicas”, pondera Deborah. “E quando a mulher tem tempo para o lazer, prefere o passivo. Elas são as que mais assistem televisão”, comenta. Na hora do descanso, 26,6% das brasileiras ficam em frente à TV por três horas ou mais, de acordo com os dados do Ministério da Saúde.
Júlia Nogueira explica que, com as tarefas domésticas, as mulheres movimentam o corpo, o que as ajuda a prevenir doenças crônicas. No entanto, ela destaca que essas atividades não são estruturadas e, o pior, não estão ligadas ao prazer.
Fonte IG
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