Assim como os sacrificados em terreiros, bilhões de animais que alimentam com carne, leite e ovos o Brasil e parte do mundo estão à margem da proteção do Estado no que se refere a bem-estar.
Enquanto a União Europeia estabeleceu a meta de banir, até 2013, gaiolas e celas de animais produtores de alimentos, aqui o único direito desses bichos é morrer sem sentir dor (ou quase). Suas condições de vida são parte da equação que resulta na lucratividade da indústria.
No Brasil, 80 milhões de galinhas se espremem em gaiolas de medidas tão exíguas que não conseguem nem bater as asas. O espaço individual onde passam toda a vida como boas poedeiras tem o tamanho de uma folha de papel sulfite.
Enfrentam a mesma restrição de movimentos as 2,6 milhões de porcas que produzem leitões para abate.
Confinadas em celas de gestação, cabe a elas ficar em pé ou deitadas para amamentar os filhotes, sem poder caminhar ou até se virar.
Bezerrinhos machos são separados de suas mães leiteiras ao nascer. Já que não são necessários como reprodutores --o sêmen de um touro é suficiente para centenas de vacas ao ano-- esses bichos vivem em pequenas celas, bebendo leite artificial até serem abatidos, aos três meses de idade, para virar "carne de vitelo".
Por enquanto, no Brasil só estão protegidos os animais de criatórios com certificação orgânica. Além de não receberem antibióticos, não podem ser mantidos "em gaiolas, correntes, cordas ou qualquer outro método restritivo", de acordo com norma publicada pelo governo federal em 2008.
Fonte Folhaonline
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