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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MG investiga desaparecimento de cápsulas suspeitas de causar oito mortes

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, medicamentos foram manipulados e distribuídos sem receita médica no município do Vale do Mucuri

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Minas Gerais está a procura de 62 cápsulas desaparecidas do Secnidazol 500mg manipulado pela Fórmula Pharma, de Teófilo Otoni, que foi interditada pela Vigilância Sanitária Estadual. O medicamento é o suspeito de ter provocado as intoxicações que já causaram a morte de oito pessoas no município do Vale do Mucuri.

Segundo o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES, Carlos Alberto Gomes, essas cápsulas foram manipuladas e distribuídas sem receita médica. Elas fazem parte de um lote de 180 cápsulas de Secnidazol 500mg manipuladas pela Fórmula Pharma em 14 de novembro.

Após o início da investigação epidemiológica, em 1º de dezembro, técnicos da SES encontraram 50 cápsulas estocadas no estabelecimento e outras 68 que foram vendidas para clientes que apresentaram receitas médicas encontradas no local. Segundo Carlos Alberto Gomes, a suspeita é de que a Fórmula Pharma tenha distribuído os medicamentos para serem revendidos em outras farmácias da cidade.

Além das cápsulas, a SES e a Polícia Civil mineira estão à procura do proprietário do estabelecimento, Ricardo Luiz Portilho, e da farmacêutica Anne Pinheiro Nascimento e Souza, responsável pela farmácia. A Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, recebeu nesta segunda, 12, amostras do medicamento e das substâncias usadas na manipulação apreendidos na sede da Fórmula Pharma.

Mas, de acordo com a SES, a suspeita é de que o Secnidazol 500mg tenha sido contaminado com substâncias de outro medicamento manipulado no mesmo dia em que o lote foi produzido ou que tenha sido usada na fórmula do produto a substância metaprolol, usada no tratamento de hipertensão. Os sintomas nas vítimas, segundo Gomes, indicam a presença do hipertensivo. Se for confirmada a contaminação com esse produto, ele estaria em concentração dez vezes acima do recomendado para uso.

A última morte registrada foi a da estudante Letícia Lopes dos Santos, de 22 anos, ocorrida ontem. Dois dias antes, a mãe da jovem, Adélia Lopes da Paixão, de 49, já havia morrido. As duas haviam ingerido o medicamento fornecido pela Fórmula Pharma. No Hospital Santa Rosáliae, Teófilo Otoni, ainda está internado um casal que deu entrada com intoxicação medicamentosa. Eles relataram que os sintomas começaram pouco depois da ingestão de quatro cápsulas do medicamento.

Os dois tiveram que ser internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade médica. O homem teve uma melhora e deveria ser ouvido hoje pela delegada Herta Coimbra, encarregada do inquérito policial. No fim da tarde, ninguém atendeu o telefone na Delegacia Regional de Polícia Civil do município.

"Este é um caso de polícia e contamos com ajuda da imprensa para salvar vidas. Qualquer pessoa que tiver contato com qualquer medicamento da Fórmula Pharma deve entregá-lo à secretaria", afirmou o secretário de Saúde de Minas, Antônio Jorge Marques. De acordo com a SES, os sintomas da intoxicação são queda da pressão arterial, redução no batimento cardíaco, dores no peito, arroxeamento da pele e sensação de desmaio.

Fonte Estadão

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