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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pesquisa mostra que características da personalidade tornam a pessoa mais resistente ao estresse no trabalho

Método Hardiness leva em conta compromisso, controle, objetivos e capacidade do profissional para enfrentar desafios


Um estudo com enfermeiros de um pronto-socorro de Vitória, no Espírito Santo, comprovou que o Hardiness tem a função de proteção contra o estresse e a insatisfação no trabalho. Hardiness, ou Personalidade Resistente, é a constatação de que algumas características na personalidade da pessoa promovem maior resistência ao estresse. A pesquisadora Karla de Melo Batista, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), compilou dados que apontam que quanto maior o Hardiness, menor o estresse da pessoa, confirmando sua efetividade na melhora da qualidade de vida do trabalhador.

A Escala de Hardiness é reconhecida internacionalmente. Segundo a literatura acadêmica, a Personalidade Resistente proporciona melhor adaptação ou ajustamento a diversas males, como doenças pulmonares, síndrome da imunodeficiência adquirida, Aids, hipertensão, esquizofrenia, transplante infantil e doença renal.

Pelo fato de "compromisso", "controle" e "desafio" serem características da personalidade, o Hardiness pode ser aprendido ou aumentado. Ao aprimorar seu compromisso, controle, objetivos e capacidade de enfrentar desafios, o profissional atua melhor e aumenta seu rendimento, segundo a pesquisadora.

Escala aplicada
A pesquisa de doutorado de Karla, Stress e Hardiness entre enfermeiros hospitalares, foi a primeira a se utilizar da Escala Hardiness no Brasil. O objetivo inicial era validar essa escala no país e para refletir sobre as novas questões que ela levantaria. Foram analisados 72 enfermeiros do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O estudo utilizou instrumentos autoaplicáveis para a coleta de dados, como a Escala de Hardiness, e a Escala Bianchi de Stress, desenvolvida pela professora Estela Regina Ferraz Bianchi, orientadora do trabalho.

As escalas apresentam uma série de questões, que abrangem dados de caracterização da população pesquisada — sexo, idade, cargo, unidade de trabalho, tempo de trabalho na unidade, turno de trabalho, tempo de formado, cursos de pós-graduação — e elementos estressores no trabalho — relacionamento com outras unidades e supervisores, funcionamento adequado da unidade, administração de pessoal, assistência de enfermagem prestada ao paciente, coordenação das atividades e condições de trabalho. A soma de pontos indica a qual grupo a pessoa pertence, podendo variar entre não estressado e muito estressado.

Os profissionais foram abordados em um mesmo período e analisados em conjunto. A maioria era do sexo feminino, por isso, a questão do gênero no contexto do estresse desse tipo de profissional não foi levada em conta na pesquisa. O ponto da idade foi o que se mostrou mais diverso. Foram encontrados recém-formados e muitos veteranos. Karla diz que o fator da experiência influencia muito na capacidade de o enfermeiro desenvolver o Hardiness.

— A questão da graduação se sobressaltou. O enfermeiro que não tem pós-graduação tem maior nível de estresse. Ele tem mais dificuldade para coordenar suas atividades e isso o torna mais estressado — explica a pesquisadora.

A pesquisa apontou que o nível de estresse dos enfermeiros é médio. Para Karla, a pesquisa mostra que o Hardiness é efetivo e sua aplicação pode auxiliar as instituições de saúde a identificar os elementos estressores e buscar alternativas para melhorar o desempenho dos enfermeiros, a partir desse diagnóstico.

Fonte Zero Hora

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