Estudo do Instituto Sueco de Câncer defende os benefícios de se fazer o exame antes dos 50. Especialistas, no entanto, têm opiniões diferentes. Fique por dentro dessa discussão
Você já perguntou ao seu médico quando terá de fazer a primeira mamografia? A idade ideal diverge entre os especialistas. A mais recente mudança nesse debate foi introduzida pelo Instituto Sueco de Câncer, em Seattle, EUA. O novo estudo constatou que a mamografia, quando realizada entre 40 e 49 anos, pode diagnosticar o câncer de mama precocemente, o que permitiria um tratamento menos invasivo e uma maior chance de cura.
Para a pesquisa, foram observadas 1.977 pacientes com câncer de mama entre 40 e 49 anos, dividindo-as de acordo com o estágio da doença: como ela foi diagnosticada (se por mamografia ou autoexame), como foi tratada e se o câncer manifestou-se novamente. Durante os 18 anos do estudo, a porcentagem da doença detectada por mamografia cresceu de 28%, em 1990, para 58%, em 2008, já que mais pacientes se submeteram ao exame.
A grande vantagem de se diagnosticar o câncer de mama precocemente é o tipo de tratamento. “Se a doença for detectada no início, a paciente não precisa perder a mama na cirurgia. Isso traz um benefício psicológico muito grande para a mulher”, explica Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP). Seria menos invasivo passar por uma mastectomia, que é a remoção parcial do tecido mamário, e não pela radical, na qual o seio é removido por inteiro. Além disso, as chances de cura são maiores já que o tamanho do tumor é menor.
Essa idade, no entanto, não é unânime na comunidade médica. Em 2009, a Comissão de Serviços Preventivos dos EUA afirmou, após um estudo, que as mulheres deveriam fazer o exame somente após os 50 anos. Isso porque, segundo os pesquisadores, antes disso a chance de um resultado falso-positivo é maior, o que aumentaria a ansiedade da mulher e até intervenções cirúrgicas desnecessárias. De acordo com Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), entre 40 e 49 anos, o diagnóstico preciso é mais difícil porque a mama é mais densa, e isso compromete a leitura do exame. “Depois dos 50 anos, quando a mulher já parou de menstruar, a quantidade de hormônios diminui e a mama perde densidade. Com isso, a mamografia fica mais clara”, explica.
No entanto, para José Roberto Filassi, coordenador da mastologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o estudo da Comissão de Serviços Preventivos dos EUA atribui mais importância aos aspectos financeiros, já que o governo norte-americano teria mais gastos ao ampliar o contingente de mulheres que fazem o exame.
Para a pesquisa, foram observadas 1.977 pacientes com câncer de mama entre 40 e 49 anos, dividindo-as de acordo com o estágio da doença: como ela foi diagnosticada (se por mamografia ou autoexame), como foi tratada e se o câncer manifestou-se novamente. Durante os 18 anos do estudo, a porcentagem da doença detectada por mamografia cresceu de 28%, em 1990, para 58%, em 2008, já que mais pacientes se submeteram ao exame.
A grande vantagem de se diagnosticar o câncer de mama precocemente é o tipo de tratamento. “Se a doença for detectada no início, a paciente não precisa perder a mama na cirurgia. Isso traz um benefício psicológico muito grande para a mulher”, explica Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP). Seria menos invasivo passar por uma mastectomia, que é a remoção parcial do tecido mamário, e não pela radical, na qual o seio é removido por inteiro. Além disso, as chances de cura são maiores já que o tamanho do tumor é menor.
Essa idade, no entanto, não é unânime na comunidade médica. Em 2009, a Comissão de Serviços Preventivos dos EUA afirmou, após um estudo, que as mulheres deveriam fazer o exame somente após os 50 anos. Isso porque, segundo os pesquisadores, antes disso a chance de um resultado falso-positivo é maior, o que aumentaria a ansiedade da mulher e até intervenções cirúrgicas desnecessárias. De acordo com Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), entre 40 e 49 anos, o diagnóstico preciso é mais difícil porque a mama é mais densa, e isso compromete a leitura do exame. “Depois dos 50 anos, quando a mulher já parou de menstruar, a quantidade de hormônios diminui e a mama perde densidade. Com isso, a mamografia fica mais clara”, explica.
No entanto, para José Roberto Filassi, coordenador da mastologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o estudo da Comissão de Serviços Preventivos dos EUA atribui mais importância aos aspectos financeiros, já que o governo norte-americano teria mais gastos ao ampliar o contingente de mulheres que fazem o exame.
Quando fazer o exame, afinal?
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) recomenda que o exame clínico (aquele realizado por um médico ou enfermeira capacitados, que detecta tumor de até 1 cm, se superficial) seja feito a partir dos 40 anos de idade, anualmente. A mamografia seria indicada para mulheres entre 50 e 69 anos, com intervalo de, no máximo, 2 anos. Para aquelas que pertencem ao grupo de risco, ou seja, que têm mãe ou irmã com casos de câncer de mama antes da menopausa, é recomendado que a façam anualmente, a partir dos 35 anos. Já a Sociedade Brasileira de Radiologia, ao contrário do Inca, recomenda que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos, anualmente.
Como você pode ver, não há uma única resposta. A idade certa para você só o seu médico vai poder estipular. O importante é sempre ficar atenta a nódulos e a secreções diferentes das habituais nos seios. Quando o médico realiza o exame do papanicolau pela primeira vez, deve ensinar a paciente a fazer o autoexame (aquele de apalpar as mamas). “Educar é muito importante”, reforça Eduardo Zlotnik.
Vale lembrar que, em 2009, durante o governo Lula, foi sancionada uma lei que inclui o exame para detectar câncer de mama no Serviço Único de Saúde (SUS) para mulheres a partir dos 40 anos. Mas isso não significa que o governo obrigue a população feminina a fazer a mamografia nessa idade. O objetivo é oferecê-la gratuitamente àquelas mulheres orientadas pelo médico a realizar o exame nessa faixa etária.
Como você pode ver, não há uma única resposta. A idade certa para você só o seu médico vai poder estipular. O importante é sempre ficar atenta a nódulos e a secreções diferentes das habituais nos seios. Quando o médico realiza o exame do papanicolau pela primeira vez, deve ensinar a paciente a fazer o autoexame (aquele de apalpar as mamas). “Educar é muito importante”, reforça Eduardo Zlotnik.
Vale lembrar que, em 2009, durante o governo Lula, foi sancionada uma lei que inclui o exame para detectar câncer de mama no Serviço Único de Saúde (SUS) para mulheres a partir dos 40 anos. Mas isso não significa que o governo obrigue a população feminina a fazer a mamografia nessa idade. O objetivo é oferecê-la gratuitamente àquelas mulheres orientadas pelo médico a realizar o exame nessa faixa etária.
Fonte G1