Países da Europa, em especial a França e o Reino Unido, vivem uma crise agrícola. Culturas tradicionais como as de maçãs, flores, amêndoas e mirtilos enfrentam graves problemas.
A culpa não é das mudanças climáticas, da falta de água ou de terra infértil. O mal é a falta de abelha. O inseto, essencial para o processo de polinização de várias espécies vegetais, está desaparecendo drasticamente.
Já considerado um problema emergencial, o “apagão das abelhas” é tema de dois artigos publicados na edição de hoje da revista Science. Neles, pesquisadores franceses e ingleses acreditam ter encontrado a causa do fenômeno: dois tipos de agrotóxicos que, aparentemente, não causavam dano aos insetos têm provocado o desequilíbrio das colmeias e a morte dos animais.
Sociais, mas nem tanto
Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, cerca de 85% das 20 mil espécies de abelhas conhecidas não vivem em sociedades complexas, com uma rainha e suas operárias na colmeia. Em geral, as fêmeas do pequeno inseto vivem sozinhas no campo. Quando elas nascem, são imediatamente fecundadas. Assim, sua vida é focada exclusivamente em encontrar um lugar para o ninho, construí-lo, botar os ovos, armazenar comida para as futuras crias e defender o local de predadores. Feito isso, dias antes das novas abelhas nascerem, a mãe morre, não havendo, portanto, contato entre as gerações.
As abelhas que vivem em colmeias são mais conhecidas porque fazem parte das espécies domesticadas, especialmente por sua capacidade de produzir de mel. Nesse sistema, existe um alto grau de especialização entre os indivíduos da espécie que se ocupam de diversas tarefas, que vão desde cuidar das crias e produzir própolis e mel a fazer a segurança da colmeia, além de botar ovos, tarefa exclusiva da rainha. Enquanto rainhas vivem até 5 anos, a expectativa de vida das operárias não passa dos 4 meses. Apenas 5% das espécies de abelhas estão nesse grupo.
Há ainda um grupo intermediário, não tão solitário quando a maioria das espécies nem tão social quando as produtoras de mel. Espécies como a Bombus são independentes entre si, mas constroem seus ninhos agregados, numa espécie de "condomínio". Mesmo próximos um do outro, os ninhos têm a sua dona, que responsável de cuidar dos ovos e protegê-los. A estratégia garante mais segurança, já que ataques de predadores podem ser repelidos por várias abelhas, cujos ninhos estão em perigo. Esse conjunto é composto por 10% das espécies de abelhas.
Fonte Correio Braziliense
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