O sucesso de uma instituição de saúde está ligado ao conhecimento, educação e oferecimento. Entretanto, um passo ainda anterior precisa ser dado, que é o de reconhecer onde se está no momento, orienta especialista
Uma empresa de saúde só tem saúde se, além de seguir a sua missão de forma ética e de ter as suas contas saudáveis (leia-se positivas), as pessoas que nela trabalham também tiverem saúde. E existem 3 passos básicos para gerar isso: conhecer, educar e oferecer. Entretanto, um passo ainda anterior precisa ser dado, que é o de reconhecer onde se está neste momento.
Ao escrever o título deste artigo pensei em colocar algo como: “Falta integridade nas empresas de Saúde”, mas achei que poderia ficar ofensivo. E esta não é a minha intenção. Por outro lado, nos mais de 20 anos em que trabalho com profissionais e empresas deste setor, uma coisa que sempre me chamou a atenção (na maioria absoluta dos casos) é a falta de coerência entre os serviços de saúde oferecidos e a falta de cuidado com a saúde das pessoas que trabalham nestes serviços. Em outras palavras, se vende serviços para que as pessoas tenham saúde, mas não se cuida da saúde de quem presta estes serviços.
Aprendi que tudo o que é incoerente traz consigo um preço alto a ser pago (muitas vezes no médio e longo prazo), mesmo quando não fica tão obvio. Às vezes ele se manifesta na falta engajamento das pessoas com a empresa, principalmente em momentos de crise. No fundo, a incoerência gera a falta de confiança, que é um dos ingredientes mais importantes para que a organização tenha pessoas motivadas e criativas.
Para mudar este quadro é importante que a empresa reconheça a falta de cuidado até então (se este for o caso) e desenhe um plano de ação com 3 passos básicos: 1) conhecer a sua população e suas necessidades de saúde; 2) educar sua população sobre o que é saúde, o que gera falta de saúde e auto responsabilização; e 3) criar uma forma para que seus colaboradores tenham acesso aos serviços que você oferece/vende no mercado.
O primeiro passo, que é conhecer a sua população e suas necessidades de saúde, se traduz em levantar o que os colaboradores da empresa precisam. Como está a obesidade, o diabetes, a pressão alta, as doenças mentais, os hábitos alimentares, a atividade física, faixa etária, os principais motivos de ida ao médico nos últimos 12 meses, entre outras informações relacionadas? Com este levantamento é possível se eleger as prioridades deste grupo e direcionar os dois passos seguintes.
O segundo passo, que é o de educar a população interna, é algo tão positivo que dá reflexos diretos no relacionamento com a população externa (os desejados clientes e prospects), pois fomenta competências de conhecimento. E educar não é apenas dar informação nova, mas também é relembrar constantemente aquilo que é importante. A partir do levantamento anterior se poderá focar nas informações prioritárias para ajudar a ampliar o entendimento das causas e consequências de cada doença e, sobretudo, sobre o papel fundamental que cada um exerce na sua saúde (auto responsabilidade). Isso também pode ser traduzido como um efetivo trabalho de prevenção. Além de tudo, se estará constantemente passando a seguinte mensagem para os colaboradores da empresa: nós nos preocupamos com você.
O último passo é mostrar claramente esta preocupação, criando-se um acesso aos produtos e serviços que a empresa vende (mas não somente a eles). Isto não significa necessariamente oferecer gratuitamente, mas dar alguma vantagem (como descontos significativos) para gerar acesso da população da empresa. Algumas empresas de produtos nesta área (e que não dependem de qualquer tipo de receita para tal aquisição) têm uma loja interna onde o funcionário pode comprar o produto com grande desconto. Sei que para alguns serviços isso exige um pouco mais de criatividade, mas o oferecimento com regras claras mostra a boa vontade e o comprometimento da empresa (podendo ainda alcançar os familiares dos colaboradores).
Vale a pena agir com coerência e integridade, pois colhemos o que plantamos. E se a saúde é algo realmente importante, não devemos oferecê-la antes de tudo a quem queremos bem? Se sua empresa quer realmente bem aos seus colaboradores aqui está uma boa oportunidade. Então, mãos à obra. E viva a Saúde (nossa e de quem nós queremos bem)!
Fonte SaudeWeb
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