Se alimentar em excesso, comer de menos, forçar vômitos ou ter impulsos incontroláveis. O pêndulo não se mantêm em equilíbrio quando se fala de transtornos alimentares.
O mais novo desses transtornos é o chamado TCAP (Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica), caracterizado pela compulsão alimentar incontrolável (binges), e ainda é um apêndice do DSM IV TR – o livro de classificações das doenças psiquiátricas mundialmente adotado e que ganhará nova versão nos próximos anos e, provavelmente, com a inclusão do TCAP em suas páginas principais.
Bulimia Nervosa, em contraste, é o que mais conta com estudos na área. “A bulimia nervosa é caracterizada pela ingestão de uma grande quantidade de alimento num curto espaço de tempo, trazendo consigo a sensação de perda de controle” descreveu o psicólogo clínico Raphael Cangelli Filho, do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim) no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista para “O que eu tenho?” (veja entrevista aqui).
Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador da equipe de psicologia do Ambulim, também lembra que os pacientes tratados para superar a bulimia nervosa têm um grande diferencial: o de contribuir para o avanço do próprio tratamento. “Ao contrário dos pacientes com anorexia nervosa, para os quais a recuperação do peso é um pesadelo, os pacientes bulímicos são mais receptivos”, diz o psicólogo.
Anorexia nervosa aliás, é um dos transtornos alimentares mais preocupantes na atualidade.Seja pelo fato de ecoar problemas gerado pela própria mídia, de uma forma em geral, (como imagens associando beleza a corpos extremamente esguios e o culto à magreza das modelos) seja pelo fato de somente há pouco tempo se iniciarem pesquisas sobre o tema.
“A anorexia é um transtorno cuja origem é considerada ‘multifatorial’, ou seja, não pode ser explicada por um fator único” explica Rogéria Taragano. “Componentes genéticos, biológicos, psicológicos, socioculturais e familiares teriam participação no seu desenvolvimento”, completa a psicóloga clínica e colaboradora do Ambulim
A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), nesses casos, é a pedra fundamental para o início do tratamento, afirma o especialista. Além disso, um time multidisciplinar composto de nutricionistas, psiquiatras e outros especialistas, se necessários, também fazem parte do tratamento.
Nabuco lembra dados alarmantes sobre esses dois transtornos em especial: no caso da bulimia nervosa ela chega a atingir 3% da população (e parece estar aumentando de acordo com pesquisas). Quanto à anorexia nervosa, apesar da incidência menor (entre meio e 1% dessa mesma população) os casos, muitas vezes, somente são diagnosticados nos seus estágios críticos. Nos EUA as mortes por anorexia chegam a 15% dos pacientes diagnosticados (90% desses são mulheres). “Pra se ter uma idéia”, pontua Nabuco, “esse é um dos transtornos mentais que mais mata atualmente, ultrapassando os números relacionados com a depressão.”
Fonte O que eu tenho
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