Trata-se do PEM (mamógrafo por emissão de pósitrons), uma espécie de PET-CT (aparelho de tomografia computadorizada usado no corpo todo) desenhado para examinar as mamas.
Diferentemente da mamografia e da ressonância magnética, esse tipo de aparelho mostra, além da localização de nódulos, a atividade metabólica das lesões, o que pode ajudar a distinguir as benignas das malignas.
O aparelho faz isso por meio da análise do metabolismo de glicose, que é injetada na paciente. Tumores precisam de mais energia para se multiplicar rapidamente, consomem mais açúcar e, portanto, aparecem com destaque no exame.
Com um PET específico para as mamas, espera-se poder identificar de forma mais precisa as mulheres que precisam de uma biópsia para saber se o nódulo é canceroso.
"A mamografia enxerga uma série de lesões, a ressonância vê outras, mas não se sabe se se trata ou não de doença maligna. Isso faz com que a paciente faça uma biópsia, mas em 50% das vezes não é câncer", diz Eduardo Nóbrega Lima, diretor de Medicina Nuclear do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, onde está a máquina.
Segundo ele, o ideal seria decidir de forma mais precisa quem vai ter de passar por esse procedimento agressivo. Casos duvidosos, portanto, fariam o exame como uma espécie de "tira-teima".
"O PET de corpo inteiro é ótimo, mas não mostra detalhes anatômicos e tão sutis."
Outra vantagem é a melhor visualização de mamas de mulheres mais jovens, que são mais densas. O exame poderia ser especialmente importante para quem tem mutações no DNA da família.
Se o câncer já foi confirmado, as imagens também permitem acompanhar a lesão e ver a resposta ao tratamento.
Além disso, a biópsia pode ser feita durante o exame. "As chances de coletar o material no local exato são maiores", diz Lima.
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Fase de testes
Durante um ano, a máquina será objeto de estudos no A.C. Camargo. Médicos e pesquisadores pretendem avaliar sua eficácia e determinar quem deverá usá-la, quando e como, para só então decidir se vão adquiri-la.
O aparelho já tem a aprovação da FDA (agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA) e custa cerca de US$ 850 mil (cerca de R$ 1,7 milhão).
Do protocolo clínico participarão cerca de cem mulheres com lesões suspeitas e candidatas a biópsia. Também farão o exame mulheres jovens com histórico de mutações genéticas na família.
Elisa Ortiz, 69, é uma das pacientes que estreou a máquina. Ela descobriu um nódulo por meio do autoexame e deve fazer uma cirurgia em agosto para retirá-lo.
Segundo Lima, se o aparelho for eficiente e adequado às necessidades do hospital, será incorporado na rotina clínica. "Estamos só começando, mas muito otimistas."
O hospital pretende ainda criar, até o fim do ano, um centro de diagnóstico de oncologia da mulher e, se tudo der certo, o novo PET de mamas fará parte do complexo.
Fonte Folhaonline
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