Composto feito de gel vibra em torno de 200 vezes por segundo, quase a mesma velocidade de uma mulher durante uma conversa
Cientistas do Massachusetts Institute of Technology, nos Estados unidos, desenvolveram um material artificial capaz de imitar as cordas vocais humanas.
O material, feito de um gel, chamado polietileno glicol 30, pode vibrar em torno de 200 vezes por segundo, aproximadamente a mesma velocidade que uma mulher durante uma conversa. A pesquisa foi apresentada no Encontro Anual da American Chemical Society.
As cordas vocais sintéticas foram criadas para restaurar a flexibilidade perdida em cordas vocais humanas devido aos efeitos do envelhecimento ou a doenças. A falta de flexibilidade é um fator importante na perda de voz que afeta 18 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, cerca de 90% da perda de voz humana é causada pela falta de flexibilidade.
"O material sintético à base de gel tem propriedades semelhantes ao material encontrado nas cordas vocais humanas e vibra em resposta a mudanças na pressão do ar, assim como acontece na vida real", observa o líder da pesquisa Robert Langer.
As cordas vocais são duas dobras na "caixa de voz" que vibram, ou seja se unem e se afastam umas das outras muito rapidamente, para produzir jatos de ar que ajudam a formular os sons.
No entanto, quando alguém usa exageradamente a voz, ele desenvolve tecido cicatricial. A mesma coisa acontece quando uma pessoa fica mais velha. O câncer ou procedimentos que inserem tubos na garganta para procedimentos médicos também podem danificar as dobras. O tecido da cicatriz é duro e deixa as pessoas com uma voz rouca e soprosa.
Para uma tentativa de substituir as cordas vocais, os pesquisadores sabiam que o material tinha de ser muito flexível e capaz de vibrar como as cordas vocais humanas.
Depois de tentar vários candidatos, Langer e seus colegas chegaram ao polietileno glicol 30 (PEG30), que já é usado em cremes de cuidados pessoais e em dispositivos médicos aprovados.
Eles descobriram que o gel pode ser agitado a uma taxa de 200 vezes por segundo, o que é quase a mesma velocidade de uma mulher durante uma conversa.
De acordo com os pesquisadores, os médicos poderiam injetar o gel nas cordas vocais de pacientes, que receberiam formulações diferentes, dependendo do quanto eles usam suas vozes.
Testes realizados com animais mostraram que o gel parece seguro. No entanto, ensaios clínicos com humanos estão previstos para terem início em 2013.
A equipe afirma que o trabalho é emocionante, mas que é muito cedo para saber se a ideia pode ser aplicada com sucesso na prática clínica. Segundo os autores, um dos maiores desafios será conseguir fazer com que o tecido artificial se integre "corretamente" com as cordas vocais naturais e trabalhe como uma unidade.
Eles ressaltam que o gel duraria somente por um tempo relativamente curto, de modo que injeções regulares, possivelmente até cinco vezes por ano, seriam necessárias.
Fonte isaude.net
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