Emagrecer sem sair do lugar e ter menos chance de sofrer câncer de mama são alguns dos benefícios
Nascido havia oito horas, José Felipe repetia pela terceira vez o sinal da fome no Hospital Santa Clara, em Porto Alegre. Lambia as mãos pequeninas, com menos de 10 centímetros. Karina Sigal da Silva, mãe experiente, já que José é o terceiro filho , identificava o pedido e estendia o peito. Karina sabia que o leite humano é o melhor alimento para os bebês. O que não sabia, mas desconfiava, eram os benefícios da amamentação para ela mesma.
Comprovou na balança a vantagem mais evidente: perda rápida de peso. Poucos meses depois dos dois primeiros partos, quando chegou aos 87 kg, já estava com o peso normal de 60 kg.
— Para produzir o leite, há um esforço metabólico que gasta calorias, fora as calorias que estão no próprio leite. A "fabricação" pode gastar de 500 a mil calorias — avalia a doutora em pediatria Elsa Regina Justo Giugliani.
Para se ter uma ideia, a mulher que amamenta pode se livrar até de 2 kg por mês, enquanto aquelas que não têm essa prática emagrecem em média de 700 gramas a 1 kg no mesmo período. A estimativa é do mastologista Anastasio Berrettini, presidente da Comissão de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Mastologia. Quando se trata de vantagens menos aparentes, os números surpreendem ainda mais:
— Há estudos que demostram que uma mulher que tem o primeiro filho antes dos 25 anos e amamenta por pelo menos seis meses tem uma chance 25% menor de desenvolver câncer de mama.
Elza cita novos atrativos para as mães que passaram dessa idade. Segundo ela, a cada ano de aleitamento, a mãe tem uma chance de 4% a 5% menor de ter a doença. A explicação está na diminuição do tecido glandular, área onde o câncer pode ocorrer. Com as alterações hormonais durante a amamentação, o tecido é substituído por gordura, reduzindo a região de abrangência da enfermidade.
Essas mesmas modificações hormonais são responsáveis pela menor probabilidade de a mãe desenvolver diabetes e câncer de ovário e de endométrio (parte interna do útero). Vantagens que são levadas para o resto da vida.
Amamentar também serve para dizer ao corpo que a mulher está impossibilitada de ter um outro filho. Ou seja, é um anticoncepcional natural.
E se toda a lista de benefícios próprios não for suficiente, há ainda o argumento com relação aos laços futuros com a criança:
— O aleitamento promove maior vínculo com o bebê, pois fortalece o contato pele a pele, diminuindo, inclusive, a possibilidade de depressão pós-parto — diz a nutricionista e responsável técnica pelo banco de leite humano do Hospital Santa Clara Daniela Beleza Ribeiro.
Fonte Zero Hora
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