Doenças cardiovasculares podem – e devem – ser combatidas com prevenção
No Brasil, uma pessoa morre com problemas cardíacos a cada dois minutos. Em
2020, mais de 11 milhões de pessoas morrerão de infarto do miocárdio segundo
projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para evitar que esse número se torne realidade, a recomendação dos médicos é
apenas uma: prevenção. “Hoje sabemos que mudanças nos hábitos de vida por um
ano, por exemplo, podem modificar o curso da doença e estabilizar a formação de
placas no coração, prevenindo o infarto”, afirma o cardiologista Hermes Xavier,
membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
De acordo com a psicanalista Madalena Becker de Lima, um dos obstáculos com
relação aos cuidados do coração é a falta de percepção desse órgão como passível
de falhas. A compreensão do ser humano, nesse caso, é muito mais emocional do
que física, funcional ou biológica. “O coração só é percebido como órgão quando
tem alguma doença. Isso gera uma resistência inconsciente com relação aos
cuidados, já que lembrar que o coração pode parar leva a muita angústia”,
explica.
Fugindo da estatística
Quem não quer estar entre os milhões de pacientes que sofrerão do coração,
pode começar a tratá-lo desde já. A principal iniciativa é combater ou minimizar
alguns dos fatores que predispõe a um maior risco como obesidade, sedentarismo,
fumo, hipertensão, diabetes e colesterol alto por meio de pequenas mudanças no
dia a dia.
Exercitar-se pelo menos 30 minutos por dia separa uma
pessoa sedentária de uma pessoa ativa. Além de aumentar a capacidade
cardiovascular e deixar o coração em forma, exercícios podem ajudar a eliminar
os quilinhos extras, minimizando dois problemas em uma única solução.
Não há falta de tempo que possa ser utilizada como desculpa nesse caso: os
minutos podem ser fracionados, ou seja, você pode andar dez minutos para pegar o
ônibus, ou estacionar em uma vaga mais longe do trabalho, almoçar naquele
restaurante um pouco mais distante, voltar caminhando e usar mais a escada. Meta
cumprida.
A próxima mudança deve passar obrigatoriamente pela alimentação. Pequenas
alterações no cardápio podem resultar em um grande ganho na saúde. Trocar
gorduras saturadas pelas insaturadas pode ser uma ótima opção.
“Em vez de utilizar a manteiga no café da manhã é
possível optar pela margarina, principalmente as que contêm
propriedades funcionais, ricas em ômega 3, por exemplo”, recomenda a
nutricionista Roberta Cassani. O consumo diário de gordura, segundo ela, deve
ficar entre 30 e 35% considerando uma dieta de 2 mil calorias. Abandonar velhos
hábitos alimentares também pode ajudar a controlar o diabetes e a taxa de
colesterol.
Mais calma
Já que atualmente o estresse é inerente ao cotidiano da maioria da
população, o que resta é aprender a conviver com ele minimizando seus efeitos
sobre a saúde. Exercitar a paciência e aprender a relaxar são dois itens
fundamentais. Outro ponto importante é prestar atenção ao que pode causar
traumas ao organismo.
“Estresse é a reação do corpo a uma determinada situação. Quando você exagera
na comida, por exemplo, comendo uma feijoada, também está estressando o
organismo”, ressalta o cardiologista Hermes Xavier.
Na opinião do médico, todas as alternativas, mesmo
que pareçam pequenas, devem ser observadas a fim de melhorar a qualidade de vida
e evitar problemas no coração. “Chega um momento em que a natureza cobra”,
avisa. “Mas se a gente se cuidar ao longo dos anos, quem sabe a fatura não será
menor?”
Fonte iG
Fonte iG
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