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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Portugal: 700 mil têm ‘pedras’ nos rins

Muitos portugueses não têm remorsos na hora de exagerar nos açúcares e no sal, quando temperam a salada. Além disso, a preguiça leva a que passem muitas horas seguidas sem urinar.

Em Portugal, mais de 700 mil pessoas sofrem de litíase renal ou ‘pedras’ nos rins. A doença, também conhecida por cálculos renais, é causada pela cristalização de sais mineiras presentes na urina.

A patologia tem vindo a aumentar devido ao estilo de vida pouco saudável e à baixa ingestão de água, alerta a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN). A crise de cólica renal, que surge quando uma ‘pedra’ é eliminada, é um dos episódios mais dolorosos que um doente pode experimentar. A dor causada é descrita como sendo pior do que a que está associada ao parto. "Começa no dorso, ao nível do rim, e irradia para a parte da frente do abdómen, até aos órgãos genitais. É uma dor muito intensa, que pode vir acompanhada de náuseas, vómitos e suores", explica ao CM Rui Alves, da SPN.

As ‘pedras’ nos rins desenvolvem-se mais facilmente em dias mais quentes, devido ao maior índice de transpiração e consequente perda de líquidos. A urina fica mais concentrada em sais minerais.

Em alguns doentes, pode ser necessário destruir as ‘pedras’ de maiores dimensões ou que estejam numa localização do aparelho urinário que provoque obstrução à drenagem de urina. "Pode ser feito por via extracorporal, com ondas de choque [litotrícia], ou com laser. Em casos mais raros, podem ser necessárias intervenções cirúrgicas", refere Rui Alves.

Os portugueses estão a aumentar de peso e, segundo dados da OCDE, são já são dos mais pesados, em média, da União Europeia. "A ingestão exagerada de calorias condiciona necessariamente um aumento da quantidade de resíduos eliminados pela urina", alerta a nefrologista Adelaide Serra.

"Não há diferença entre sexos", Adelaide Serra, nefrologista no Hospital Fernando Fonseca

Correio da Manhã – O desenvolvimento de ‘pedras’ nos rins afecta mais os homens ou as mu-lheres?
Adelaide Serra – Não há diferença. Antes, era mais frequente nos homens, mas há mais de 15 anos que alguns estudos mostram que a incidência parece ser igual em ambos os sexos.

– Quais são os tipos de tratamento?
– Quando o doente está em cólica renal, deve-se controlar a dor com analgésicos e fazer uma ecografia renal de urgência para confirmar que a ‘pedra’ que está a ser eliminada e que não impede a normal eliminação da urina.

– Há factores de risco?
– Nos doentes com cólicas renais de repetição, é frequente haver história familiar de litíase renal, o que quer dizer que existe uma predisposição para a formação de ‘pedras’. n

O meu caso:

"Os meus rins parecem uma pedreira", Carlos Rosa
"A dor renal é a segunda dor mais forte que alguém pode ter, a seguir à dor do parto", começa por revelar Carlos Rosa, residente em Lisboa, que já teve nove cólicas renais.

"Sente-se uma dor muito aguda, por debaixo dos testículos, que sobe e contorna as virilhas até aos rins. Cheguei a urinar sangue. Os meus rins parecem uma pedreira. Já tive ‘pedras’ com 12 milímetros, agora têm sete", conta o gestor, de 40 anos, que não dispensa alguns rituais diários para controlar a doença.

"Bebo muita água, muitos sumos naturais, sobretudo de laranja e limonadas, e costumo correr e fazer natação. Além disso, sou moderado na carne e no sal, que retém os líquidos", refere Carlos Rosa, que vai a consultas de Nefrologia duas vezes por ano e toma medicação diária. "Estou atento à evolução do tamanho das ‘pedras’".

Fonte Correio da Manhã

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