A saúde dos idosos ainda é um desafio para muitos médicos. As reações do organismo após os 60 anos de idade são imprevisíveis e muitas vezes os sintomas não são diagnosticados, como ocorre nos casos de depressão. E não são tratados, porque há características da depressão que são confundidas com sinais de velhice e podem ser agravados e evoluir para a demência.
Segundo o psiquiatra Jerson Laks, coordenador do centro de idosos do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os idosos com depressão estão mais propensos à demência. De acordo com o médico, o risco de desenvolver o quadro de demência é quatro vezes maior nesses pacientes. Ele explica que a própria depressão, às vezes, é sinal de estágio inicial de demência. Em torno de 60% dos pacientes com demência apresentam também quadros de depressão.
O psiquiatra alerta que o diagnóstico para diferenciar a depressão da demência é difícil, mas os médicos precisam estar preparados para suspeitar das duas doenças e tratá-las de formas diferenciadas.
Os distúrbios de humor nas pessoas mais velhas são consequências de fatores biológicos, como a progressiva atrofia do cérebro, e psicossociais, como isolamento, falta de suporte familiar, inatividade e exposição a situações de luto que favorecem o aparecimento da doença. A depressão é diferente e no idoso pode ser muito perigosa, porque aumenta ou agrava a incidência de doenças cardiovasculares e em alguns casos, a mortalidade de pacientes depressivos internados por causa dessas doenças é muito alta.
Os especialistas concordam que centros de convivência, atividades lúdicas, terapia ocupacional, grupos de reunião para práticas esportivas e viagens de lazer são muito importantes para prevenir a melancolia no idoso. E, apesar dessas ações terem caráter mais social do que terapêutico, as consideram essenciais, porque o isolamento e a inatividade podem desencadear a doença, concluem.
Fonte Corposaun
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