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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Sírio-Libanês deve transformar 1,8 tonelada diária de resíduos em adubo orgânico

Entre tantas outras preocupações com o meio ambiente, o Hospital Sírio-Libanês se dedicou a criar um projeto de compostagem de lixo orgânico gerado pela instituição, que deve custar R$ 100 mil por ano. Abolir o crime ambiental por meio da reutilização e reciclagem de resíduos está em primeiro plano na instituição.
 
Crítico da rápida ocupação de aterros sanitários, o superintendente corporativo, Gonzalo Vecina Neto, explica. “Encher rapidamente o aterro é um crime ambiental. Penso que tudo que puder ser reutilizado deve ser reutilizado. Tomamos a decisão pelo projeto de compostagem com foco na questão socialmente sustentável, é a nossa responsabilidade e deveria ser a de todas as empresas. Isso não se mede em dinheiro e, sim, no impacto gerado à sociedade, que tem errado por não taxar de forma mais dura aquele que não está sendo socialmente responsável.”
 
O projeto, criado em 2011, e posto em prática em 2012, já mostra seus custos. Para mandar os resíduos do hospital para o aterro sanitário, é necessário desembolsar R$ 250 mil por ano, mas, com o plano de compostagem, o valor deve chegar a R$ 350 mil. “O meu conselho administrativo pergunta por que pago a mais para nos livrarmos do resíduo que produzimos, mas não manejar agora custará muito mais para o futuro da sociedade.”
 
Para o resíduo compostável virar adubo orgânico, o Sírio-Libanês conta com uma empresa parceira para ajudar no processo de encaminhamento desse material para a usina de compostagem. O recolhimento de resíduos da instituição é feito diariamente pela equipe de agentes ambientais, formada por funcionários que voluntariamente se oferecem para colaborar com o projeto.
 
O voluntariado é uma opção do hospital, que acredita que tal adesão dos colaboradores levará à mudança de consciência ambiental do País. “Esses agentes são capacitados para estimular outros colaboradores a ter comportamento socioambiental correto, seja em economia de energia elétrica ou de água e em muitas outras ações que os tornem mais conscientes”, diz Vecina.
 
Atualmente, o Sírio-Libanês tem 4 mil funcionários, sendo que 70 deles são voluntários do projeto. O objetivo é aumentar esse número, desde que os colaboradores se autoindiquem como agentes ambientais.
 
Para o executivo, a instituição tem objetivos específicos e valores importantes no que diz respeito a tratar seus pacientes. “Eu trato doentes e salvo vidas com um comportamento socioambiental correto, claro que de acordo com nossa capacidade de fazer isso. Não tenho dúvida de que todo dia é dia de colaborar e nós podemos ter mais colaboradores nessa oferta, que está aberta para eles”, considera. “Uma vez iniciada uma ação relevante, ela tem de ser feita diariamente. Nós continuadamente estamos trabalhando com os colaboradores no sentido de que eles tenham o comportamento socioambiental no hospital e também nas suas casas.”
 
O significado dos números
Apenas 22,7% dos resíduos do Sírio-Libanês (infectantes em geral, perfurocortantes, resíduos químicos e radioterápicos) não são reaproveitáveis e, portanto, seguem para algum tipo de destinação especial, conforme a legislação. Outros 14,3%, por sua vez, compostos por papel, metal, vidro, plástico, pilhas e baterias, são reciclados dentro dessa mesma política de destinação. O foco, então, passou a ser o reaproveitamento dos 63% restantes, constituídos por resíduos comuns, especialmente restos de comida.
 
De acordo com o executivo, as sacolas entregues aos pacientes com os resultados de exames são confeccionadas a partir de material reciclado do hospital. Já os resíduos não reaproveitáveis são representados por lixo comum sem condições de reutilização (38%), sem contar o conjunto de lixo hospitalar,que passa por uma desativação eletrotérmica – de responsabilidade da prefeitura municipal, e depois segue para o aterro sanitário.
 
O principal resultado tangível obtido foi transformar 1,8 tonelada diária de resíduos em um produto com nova utilização: adubo orgânico, utilizado na agricultura.
 
“A destinação, transporte e acondicionamento correto do lixo representam um desafio crescente em nossa sociedade e consomem cada vez mais recursos financeiros, principalmente das prefeituras, que poderiam ser aplicados em outras áreas. De maneira intangível, um programa como este, elaborado por uma instituição como o Hospital Sírio-Libanês, pode servir como exemplo e sinalização para outros hospitais e empresas de mesmo porte, pois se mostrou absolutamente viável”, conclui.
 
Falta de referência
Em razão do seu porte, a exemplo de outras iniciativas dentro do programa de gestão ambiental da instituição, o principal desafio foi a falta de referência dentro do País. Segundo Vecina, dois executivos do hospital participaram, em fevereiro, da missão de sustentabilidade hospitalar organizada pelo Consulado Geral Britânico de São Paulo. “Durante dois dias, esses profissionais estiveram em reuniões, com o objetivo de compreender iniciativas britânicas na gestão sustentável da saúde. Esperamos repassar essa experiência de forma aumentada para outras entidades e empresas.”
 
O investimento inicial no projeto foi da ordem de R$ 150 mil, aplicados no treinamento e campanhas de conscientização dos colaboradores. Além disso, outros R$ 350 mil anuais foram aplicados na contratação da empresa especializada em reciclagem de resíduos.
 
Fonte SaudeWeb

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