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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Conheça a dieta amazônica

Com ingredientes bem brasileiros, geriatra garante que alimentação de população ribeirinha gera longevidade e saúde
 
Tucumã, pupunha, cubiu, jaraqui. Os nomes são estranhos e pouco conhecidos da maioria dos brasileiros, mas esses são ingredientes essenciais da dieta amazônica, elencada pelo geriatra amazonense Euler Ribeiro, com base em dois anos de pesquisa com uma comunidade ribeirinha.
 
Em conjunto com a geneticista gaúcha Ivana Cruz, Euler estudou a população de Maués, município a 260km de Manaus em que a população com 80 anos ou mais é de 1%, índice acima da média nacional, de 0,5%, de acordo com o IBGE.
 
“Queríamos identificar quais os fatores que levam à longevidade nessa região”, conta o médico.
 
“A dieta guarda elementos que agem na saúde e na expectativa de vida, tão bons quanto aqueles encontrados na dieta do mediterrâneo”, reforça Ivana.
 
Frutas regionais, peixes de rio e derivados da mandioca formam o tripé essencial desse modelo alimentar. Diariamente, o “homem da floresta”, como os médicos apelidaram essa população, comem castanhas, pupunha, tucumã (por fora ele é semelhante a um coco e por dentro parece um mamão), guaraná, açaí e cubiu (fruto da família do tomate). Esses alimentos ajudam a proteger o sistema imunológico, evitam a concentração de açúcar no sangue (ajudando a combater o diabetes) e dão energia.
 
“O açaí é energético por excelência e é rico em magnésio, o guaraná, tomado em jejum todos os dias, aumenta a contração da força muscular, ajuda a manter a memória porque é vaso dilatador cerebral e é anticarcinogênico”, explica o geriatra.
 
Os peixes mais consumidos, como o jaraqui, por exemplo, são muito ricos em ômega3, 6 e 9 e podem ser facilmente comparados com o salmão. Além disso, a substituição do trigo pelos derivados da mandioca traz vantagens.
 
“A mandioca contém vitaminas do complexo B em grande quantidade, fibras solúveis e proteínas, além de não conter glúten”, destaca Euler.
 
O que não é consumido também faz diferença no quesito longevidade. Sal, por exemplo, não entra no cardápio, assim como frituras.
 
“Tudo é temperado, mas com cebola, alho cheiro verde e outras ervas, e não com sal. Os peixes são assados”, exemplifica Ivana.
 
“Nós seguimos as dietas das francesas, dos norte-americanos, mas podemos estar frente a uma dieta que seja mais próxima da nossa realidade”, acredita ela.
 
Outros dois fatores têm papel importante na longevidade de Maués: a atividade física e o descanso. A população ribeirinha é muito ativa e não deixa de dormir 8 horas por dia. De acordo com os especialistas, é a soma de todos esses fatores que garante uma menor incidência de doenças graves como a hipertensão, o diabetes e os incidentes cardiovasculares, garantindo saúde e impactando diretamente na qualidade de vida.
 
Fonte iG

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