Médicos diplomados no exterior preferem trabalhar e residir nos grandes centros |
“A revalidação automática ou facilitada de diplomas de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior, caso ocorra, não será um fator automático de redução das desigualdades de distribuição de médicos no Brasil”. Esta é uma das previsões do estudo Demografia Médica volume 2, que analisou dados inéditos sobre a presença de portadores de diplomas obtidos no exterior em atividade no país. Uma das constatações que chama a atenção é a concentração desses profissionais em estados do Sudeste, justamente naqueles com maior presença de médicos. Esta tendência contraria o argumento defendido pelo Governo de que este contingente assumirá os postos nos chamados vazios assistenciais.
São Paulo é de longe a cidade que concentra o maior número de médicos formados no exterior. Do total de 6.980 profissionais com estas características e que possuem CRM, 16,30% têm endereço de domicílio ou de trabalho na Capital. Outros 836 estão no interior paulista. Juntamente com Rio de Janeiro e Minas Gerais, no Estado de São Paulo, se concentram 42,22% dos egressos de outros países.
Os números mostram ainda que, da mesma forma que os médicos brasileiros em geral, os profissionais diplomados no exterior preferem trabalhar e residir nos grandes centros. Poucas exceções quebram essa regra. É o caso da Bahia, onde há registro de 467 profissionais formados em outros países, sendo que 75% deles residem fora de Salvador, embora o estudo não revele se estes profissionais estão, de fato, em municípios mais remotos do Estado ou em distritos que envolvem a capital.
Dentre os portadores de diplomas estrangeiros, quase 65% são brasileiros que saíram para estudar fora e retornaram. Dentre os estrangeiros, se destacam os bolivianos no país, com 880 registros. Os demais são originários de 52 outras nações diferentes: 6% do Peru, 4% da Colômbia, 3% de Cuba, etc. Ressalta-se que neste grupo constam apenas profissionais que se submeteram às exigências legais, ou seja, passaram por exame para revalidar os diplomas e se inscreveram em algum Conselho Regional de Medicina.
O estudo também analisou o fluxo de entrada no país desses médicos que se formaram no exterior. De 2000 a 2005, houve um aumento significativo de novas entradas por ano, que passou de 201 para 830. Desde então, tem sido registrada queda constante neste número. Em 2011, foram 238 registros de médicos formados em outros países e, até outubro de 2012, outros 121. A redução de entrada coincide com a definição de novas regras de revalidação e a implantação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), defendido pelas entidades médicas.
Perfil
Do conjunto de graduados no exterior, a maioria é formada por homens – 66,3% contra 33,7% de mulheres. A média de idade dos profissionais diplomados no exterior é de 43 anos. São quase três anos mais novos que o conjunto de médicos do país. Os homens formados lá fora têm 46 anos em média e as mulheres, 41 anos, contra 49,78 e 42,36 anos para o total dos profissionais em atividade no país, respectivamente.
Fonte Saudeweb
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