Além da precariedade das condições físicas desses abrigos, o relatório chama a atenção para a questão da mobilidade dos usuários e dos visitantes |
O alerta consta de relatório divulgado ontem(19) pelo Mecanismo
Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro (MEPCT-RJ), órgão
vinculado à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
O documento foi elaborado a partir das visitas que o MEPCT fêz a três abrigos
do município, em conjunto com representantes dos conselhos regionais de Serviço
Social (Cress-RJ) e Psicologia (CRP-RJ). As visitas ocorreram entre os dias 18 e
22 de junho de 2012, período em que ocorreu na capital fluminense a Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
As instituições visitadas foram a Unidade Municipal de Reinserção Social Rio
Acolhedor, em Paciência, e o Centro de Acolhimento Boa Esperança, em Santa Cruz,
ambos na zona oeste do Rio, e o Centro de Acolhimento Stella Maris, na Ilha do
Governador. Além da precariedade das condições físicas desses abrigos, o
relatório chama a atenção para a questão da mobilidade dos usuários e dos
visitantes.
“Os abrigos Rio Acolhedor e Boa Esperança se situam em área de difícil
acesso, apresentando distância do centro urbano, o que implica, além de pouca
oferta de transporte, na dificuldade de circulação dos usuários inseridos,
sobretudo na busca por emprego”, diz o relatório. Ainda segundo o documento, “o
Rio Acolhedor está situado entre duas favelas - uma contendo comércio ilícito de
drogas e outra milícias - que constantemente entram em conflito, conformando um
cenário de instabilidade tanto para os abrigados quanto para os profissionais
que ali atuam”.
O relatório do MEPCT-RJ alerta ainda para “o reduzido número de profissionais
para a demanda que tende a aumentar com o recolhimento de adultos”. De acordo
com o levantamento, “muitos desses profissionais atuam em precárias condições
trabalhistas”.
De acordo com o Cress-RJ, o relatório das visitas foi entregue no último dia
31 de janeiro ao vice-prefeito e secretário estadual de Asssistência Social e
Direitos Humanos, Adilson Pires. Na ocasião, o órgão reafirmou sua posição
contrária à internação compulsória de adultos, com base em normas nacionais e
internacionais.
Criado por meio de lei estadual em 2010, o MEPCT-RJ tem como objetivo
planejar, executar e conduzir visitas periódicas e regulares a espaços de
privação de liberdade, qualquer que seja a forma ou fundamento de detenção,
aprisionamento, internação, abrigo ou tratamento. As visitas servem para
verificar as condições em que se encontram submetidas as pessoas privadas de
liberdade, “com o intuito de prevenir a tortura e outros tratamentos ou penas
cruéis, desumanos e degradantes”.
Fonte Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário