Pessoas entre 20 e 39 anos respondem por 56% dos casos de agressão e 39% dos acidentes de trânsito |
Um quinto das vítimas de acidente de trânsito atendidas nos pronto-socorros brasileiros ingeriu bebida alcoólica. Também teve contato com álcool metade das pessoas (49%) que precisaram de socorro por algum tipo de agressão. São as conclusões de um estudo inédito, realizado pelo Ministério da Saúde, que reforça a ligação da bebida com a violência.
Apresentado na tarde desta terça-feira em Brasília, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o estudo batizado de Viva (Vigilância de Violências e Acidentes) compilou dados de 2011, colhidos em 71 hospitais de todo o país que realizam atendimentos de urgência e emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A pesquisa reuniu informações de 47 mil vítimas de violência e acidentes de trânsito, e serve como bases para ações preventivas do governo federal. O levantamento identificou os jovens como as principais vítimas do álcool. Pessoas entre 20 e 39 anos respondem por 56% dos casos de agressão e 39% dos acidentes de trânsito.
— As vítimas estão no auge da capacidade produtiva e têm boa escolaridade, o que afeta as famílias e a economia — apontou o ministro Padilha.
Responsável por 42,4 mil óbitos em 2011 — quase um terço das mortes por causas não naturais no país —, o trânsito recebeu atenção especial de Padilha e do ministro interino das Cidades, Alexandre Cordeiro Macedo. Os dados indicaram que entre as vítimas do trânsito, 21,4% dos pedestres, 22,3% dos condutores e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de embriaguez ou confirmaram o consumo de álcool. O maior rigor na Lei Seca, com punições e fiscalização mais severas, foi apontado como caminho para diminuir os índices.
— Os Estados que aumentaram as blitze foram exatamente os que estão conseguindo reduzir acidentes e óbitos — ressaltou Padilha.
O estudo também revelou que mais da metade das vítimas do trânsito (56,8%) estavam em motos, o que coloca os motociclistas no foco da próxima campanha de conscientização que será realizada pelo Ministério das Cidades.
— A segurança no trânsito está relacionada a três pilares: conscientização, legislação efetiva e fiscalização eficiente — afirmou o ministro interino Alexandre Macedo.
Já dentro das agressões, o levantamento ajudou a desfazer dois mitos. Não é somente o agressor que age sob efeito álcool. Quase metade das vítimas de violência admitiu o consumo de bebida ou apresentava sinais de embriaguez. O estudo também indicou que as agressões são rotineiras com pessoas escolarizadas.
— Quase um terço das vítimas (28%) de violência tem de nove a 11 anos de escolaridade. A imagem de que vítima de violência é algo presente apenas em pessoas de baixa renda e baixa escolaridade não se sustenta — destacou o ministro Padilha.
Fonte Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário