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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Levantamento estuda a capacidade terapêutica das plantas

Levantamento estuda a capacidade terapêutica das plantas Reprodução/Banco de Dados
Foto: Reprodução / Banco de Dados
Árvore comum na Mata Atlântica, conhecida como pata-de-vaca,
revelou-se bastante eficiente para o tratamento de diabetes
Cientistas se unem na busca de espécies capazes de tratar úlcera, inflamações, dores crônicas, diabetes e até câncer
 
O chá da vovó para combater problemas digestivos e a garrafada de ervas indicada pelo amigo para curar a dor de cabeça estão na lâmina do microscópio. Um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) para comprovar a capacidade terapêutica das plantas se baseou em consultas à população do interior do país sobre o que os moradores usam para tratar doenças.

Iniciado há dois anos e fruto de uma parceria com a Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em Minas Gerais, o levantamento compreendeu o estudo de 30 plantas e pretende identificar medicamentos para tratar doenças como úlcera, colite, inflamações, dores crônicas, câncer e diabetes.

— Temos espécimes de Minas, São Paulo, Mato Grosso e outros Estados. Fazemos um levantamento farmacológico nas regiões. Perguntamos quais plantas as pessoas usam para tratar determinada doença. Se a mesma informação é encontrada em vários pontos do país, a planta é investigada — explica Wagner Vilegas, responsável pelo estudo.

Com o encerramento da primeira fase do levantamento, o grupo pesquisado foi reduzido para seis plantas que apresentaram características mais promissoras.

Uma delas é a Bauhinia holophylla, árvore conhecida como pata-de-vaca, cujas folhas são utilizadas no tratamento do diabetes.

A Solanum paniculatum, popularmente conhecida como jurubeba, também está no grupo sob análise. A planta apresentou resultados animadores para o tratamento de úlceras e alguns tipos de inflamação. Comum em todo o território brasileiro, é usada como digestivo e para o tratamento de doenças do fígado.

O estudo também levou para o laboratório a Terminalia catappa, ou chapéu-de-sol, que poderia ser usada contra doenças do estômago. No entanto, os estudos acusaram a existência de substâncias capazes de provocar mutação nas células.

Nova categoria
A próxima fase do estudo contempla a utilização de cobaias humanas. Conforme Vilegas, um dos objetivos do estudo é reproduzir, em laboratório, as substâncias terapêuticas encontradas nas plantas, o que possibilitaria a produção em larga escala de medicamentos e, ao mesmo tempo, contribuiria para a preservação do ambiente. Uma proposta aprovada no último dia 30 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderá resultar na criação de uma categoria exclusiva para os medicamentos fitoterápicos.

Além de atualizar as regras para o registro destes produtos, a proposta traz como novidade a possibilidade de comprovar a efetividade e a segurança dos fitoterápicos por meio de relatos de uso tradicional e de referências na literatura. Os fitoterápicos tradicionais também ficarão isentos da necessidade de prescrição médica.

A proposta, que será submetida à consulta pública por 60 dias, representa uma atualização técnica para o setor de fitoterápicos, feita com base no conhecimento acumulado pela legislação de referência adotada por países como Austrália, Canadá, México, além da União Europeia.

A medida deve permitir que plantas medicinais brasileiras já conhecidas sejam melhor aproveitadas pela indústria nacional. Medicamentos fitoterápicos atualmente registrados poderão ser enquadrados na nova categoria.

 Brasileiros desconfiam
— Uma pesquisa realizada pelo Datafolha para o Instituto de Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) mostrou que 28% dos brasileiros não sabem avaliar a confiança de um medicamento fitoterápico. Como consequência da pouca confiança nos efeitos terapêuticos dos fitoterápicos, 99% dos consumidores brasileiros preferem consumir medicamentos "mais industrializados", na maioria das vezes indicados pelo médico — 56% dos entrevistados disseram comprar "remédios da categoria de referência" por recomendação médica.

— A pesquisa revelou que a população das capitais da Região Norte, onde ainda sobrevive a tradição de recorrer a plantas medicinais, é a que mais confia nos fitoterápicos. Já os porto-alegrenses estão entre os mais resistentes: apenas 41% dos entrevistados disseram confiar nestes medicamentos, o que coloca a capital gaúcha entre as cinco que menos acreditam no potencial dos fitoterápicos.
 
Fonte Zero Hora

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