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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dobra número de casos de dengue em SP

A capital paulista enfrenta uma alta no número de casos de dengue. Com duas mortes confirmadas, São Paulo teve 2.457 registros de janeiro a agosto - mais que o dobro do ano passado. O aumento se deu em bairros mais periféricos da cidade no período entre março e abril, meses que somam 72% das notificações.

Rio Pequeno, na zona oeste, lidera o ranking negativo, com 232 moradores doentes e índice de incidência de 195,8 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Taxa muito superior à média da cidade, que é de 21,8, e também ao coeficiente alcançado por Cangaíba, o segundo bairro com mais casos em 2013. Localizado na zona leste, alcançou 85,6 na divisão pelo mesmo número de habitantes.

Em ambos os exemplos, a notificação da doença cresceu muito. Em 2012, tanto Rio Pequeno como Cangaíba não figuravam como locais com sinal vermelho. O alerta foi aceso neste ano, quando a alta superou 1.440% e 2.213%, respectivamente. Na contramão, bairros como Liberdade, no centro, e Casa Verde, na zona norte, tiveram uma redução significativa do número de casos nos primeiros sete meses do ano.

Parte da explicação está no caráter cíclico da doença. A dinâmica da dengue mostra que um processo epidêmico ocorre a cada três ou quatro anos. A chegada do soropositivo 4 da doença aumentou o risco neste ano. Isso porque um tipo de vírus novo torna a população mais vulnerável. Além disso, pacientes que são infectados pela segunda vez podem apresentar sintomas mais graves, como a febre hemorrágica.

Para o pesquisador Esper Kallas, do Instituto de Investigação em Imunologia - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (iii-INCT), a boa notícia é que o tipo 4 é aparentemente menos agressivo que os demais. “Mas, é claro, que isso não quer dizer que podemos relaxar com a prevenção, pelo contrário. Ela deve ocorrer o tempo todo, mesmo no inverno, como agora”, afirma.

A Prefeitura ressalta que, apesar de o total de casos ter aumentado, a cidade ainda figura na classificação considerada segura, de acordo com o Ministério da Saúde. Com 11 milhões de habitantes e menos de 100 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, está no nível de baixa incidência.

Campanha
A verba para o combate à doença está aprovada, mas não foi empenhada até agora. No orçamento municipal, há R$ 200 mil reservados para uma campanha contra a dengue que não foram gastos. Recursos destinados à compra de viaturas para as equipes de zoonoses também não saíram do papel, segundo dados da execução orçamentária divulgados pela própria Prefeitura.

Para o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), o aumento deste ano é resultado da falta de investimentos do Município em prevenção. “E isso não ocorre somente de janeiro para cá. É uma falha que se arrasta desde 2007. São muitos os problemas, como falta de carros, uniformes e equipamentos”, afirma o secretário-geral da entidade, Vlamir Lima.

A falta de infraestrutura para o serviço leva agentes de saúde a ter de percorrer as casas a pé, em busca do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Não há quase carros disponíveis para as equipes trabalharem a prevenção. A única coisa que melhorou nesta gestão foi o salário, que aumentou.”

Hoje, os 2,4 mil agentes de zoonoses recebem salário inicial de R$ 755, de acordo com o Sindsep. “Mas para conseguirmos controlar a transmissão da doença com mais eficácia ainda falta muito. Até as bases de trabalho foram desarticuladas”, reclama Lima.

Empenho
A Secretaria Municipal da Saúde diz que trabalha com o “máximo empenho” no combate à dengue. De acordo com a pasta, o trabalho conta ainda com outros 7 mil agentes comunitários de saúde.

Sobre os investimentos, a pasta ressalta que comprou 50 veículos para ações de dengue neste ano, com recursos federais. “As ações de prevenção ocorrem durante o ano todo. Englobam campanhas educativas e visitas a domicílios, pontos estratégicos e imóveis especiais, visando à eliminação de criadouros do mosquito e a orientação da população”, informa a secretaria.

A Prefeitura não explicou, no entanto, por que não utilizou os recursos aprovados no orçamento para ampliar o serviço de prevenção.
 
Fonte Estadão Conteúdo

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