Foto: UGA Shanta Dhar (a dir.) e Sean Marrache trabalham no Dhar's Nano Therapeutics Research Laboratory da UGA |
Pesquisadores da Universidade da Geórgia estão desenvolvendo uma nova técnica de tratamento que utiliza nanopartículas para reprogramar células do sistema imunológico para que elas sejam capazes de reconhecer e atacar o câncer.
Os resultados foram publicados na revista ACS Nano.
O corpo humano funciona sob um constante estado de lei marcial. O 'chefe' entre os encarregados de manter a ordem é o sistema imunológico, uma complexa rede que procura e destrói as bactérias e vírus invasores que ameaçam a sociedade orgânica.
O sistema imunológico é bom em seu trabalho, mas não é perfeito. A maioria das células cancerosas, por exemplo, é capaz de evitar a detecção pelo sistema imunológico, porque se assemelham a células normais, deixando as células cancerígenas livres para se multiplicarem e crescerem em tumores, enquanto os protetores do corpo permanecem sem saber.
A pesquisadora Shanta Dhar e seus colegas estão dando um impulso no sistema imunológico por meio de suas pesquisas.
"O que estamos trabalhando é especificamente voltado para o câncer de mama. Nossos relatórios mostram, pela primeira vez, que podemos estimular o sistema imunológico contra as células do câncer de mama, usando nanopartículas eu atacam as mitocôndrias e luz, utilizando um caminho novo", afirma Dhar.
Em seus experimentos, Dhar e seus colegas expuseram as células cancerosas em uma placa de Petri às nanopartículas 1 mil vezes mais finas do que a largura de um cabelo humano. As nanopartículas invadiram a célula e penetraram na mitocôndria, as organelas responsáveis pela produção de energia que a célula necessita para crescer e se reproduzir.
Em seguida, as nanopartículas se ativaram no interior das células do câncer, expondo-as a uma luz laser que penetrou no tecido. Uma vez ativadas, as nanopartículas interromperam os processos normais da célula do câncer, o que levou à sua morte.
As células mortas foram recolhidas e expostas a células dendríticas, um dos principais componentes do sistema imune humano. O que os pesquisadores viram foi notável.
As células dendríticas produziram uma elevada concentração de sinais químicos que normalmente não produzem, e estes sinais são tradicionalmente essenciais para desencadear uma estimulação imunológica eficaz.
De acordo com Dhar, as células dendríticas reconheceram o câncer como algo estranho e começaram a produzir altos níveis de interferon-gama, que alerta o resto do sistema imunitário a uma presença externa e sinaliza isto para atacar. Basicamente utilizamos o câncer contra si mesmo.
Ela adverte que os resultados são preliminares e a abordagem só funciona com certas formas de câncer de mama. Mas se os pesquisadores puderem refinar o processo, esta tecnologia pode um dia servir como base para uma nova vacina contra o câncer usado para prevenir e tratar a doença.
A equipe espera que a técnica possa ajudar os pacientes com doença metastática avançada, que se espalhou para outras partes do corpo.
isaude.net
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