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domingo, 18 de agosto de 2013

Nanopartículas reprogramam células imunes para combater o câncer

Shanta Dhar (a dir.) e Sean Marrache trabalham no Dhar's NanoTherapeutics Research Laboratory da UGA
        Foto: UGA
Shanta Dhar (a dir.) e Sean Marrache trabalham no Dhar's Nano
Therapeutics Research Laboratory da UGA
Tratamento com laser desencadeia estimulação imunológica mais forte e é voltado para o câncer de mama
 
Pesquisadores da Universidade da Geórgia estão desenvolvendo uma nova técnica de tratamento que utiliza nanopartículas para reprogramar células do sistema imunológico para que elas sejam capazes de reconhecer e atacar o câncer.
 
Os resultados foram publicados na revista ACS Nano.
 
O corpo humano funciona sob um constante estado de lei marcial. O 'chefe' entre os encarregados de manter a ordem é o sistema imunológico, uma complexa rede que procura e destrói as bactérias e vírus invasores que ameaçam a sociedade orgânica.
 
O sistema imunológico é bom em seu trabalho, mas não é perfeito. A maioria das células cancerosas, por exemplo, é capaz de evitar a detecção pelo sistema imunológico, porque se assemelham a células normais, deixando as células cancerígenas livres para se multiplicarem e crescerem em tumores, enquanto os protetores do corpo permanecem sem saber.
 
A pesquisadora Shanta Dhar e seus colegas estão dando um impulso no sistema imunológico por meio de suas pesquisas.
 
"O que estamos trabalhando é especificamente voltado para o câncer de mama. Nossos relatórios mostram, pela primeira vez, que podemos estimular o sistema imunológico contra as células do câncer de mama, usando nanopartículas eu atacam as mitocôndrias e luz, utilizando um caminho novo", afirma Dhar.
 
Em seus experimentos, Dhar e seus colegas expuseram as células cancerosas em uma placa de Petri às nanopartículas 1 mil vezes mais finas do que a largura de um cabelo humano. As nanopartículas invadiram a célula e penetraram na mitocôndria, as organelas responsáveis pela produção de energia que a célula necessita para crescer e se reproduzir.
 
Em seguida, as nanopartículas se ativaram no interior das células do câncer, expondo-as a uma luz laser que penetrou no tecido. Uma vez ativadas, as nanopartículas interromperam os processos normais da célula do câncer, o que levou à sua morte.
 
As células mortas foram recolhidas e expostas a células dendríticas, um dos principais componentes do sistema imune humano. O que os pesquisadores viram foi notável.
 
As células dendríticas produziram uma elevada concentração de sinais químicos que normalmente não produzem, e estes sinais são tradicionalmente essenciais para desencadear uma estimulação imunológica eficaz.
 
De acordo com Dhar, as células dendríticas reconheceram o câncer como algo estranho e começaram a produzir altos níveis de interferon-gama, que alerta o resto do sistema imunitário a uma presença externa e sinaliza isto para atacar. Basicamente utilizamos o câncer contra si mesmo.
 
Ela adverte que os resultados são preliminares e a abordagem só funciona com certas formas de câncer de mama. Mas se os pesquisadores puderem refinar o processo, esta tecnologia pode um dia servir como base para uma nova vacina contra o câncer usado para prevenir e tratar a doença.
 
A equipe espera que a técnica possa ajudar os pacientes com doença metastática avançada, que se espalhou para outras partes do corpo.
 
isaude.net

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