Brasília – Na primeira edição, o Programa Mais Médicos selecionou 1.618
profissionais para atuar em 579 postos da rede pública em cidades do interior do
país e periferias de grandes centros. Desse total, 1.096 médicos têm diploma
brasileiro e 522 são médicos formados no exterior. Os participantes do programa
correspondem a 10,5% dos 15.460 profissionais necessários, segundo demanda
apresentada pelos municípios. O balanço foi divulgado ontem (14) pelo Ministério
da Saúde.
Os diplomas estrangeiros são de 32 países. A maioria da Argentina (141),
seguida por Espanha (100), Cuba (74), Portugal (45), Venezuela (42), México (26)
e Uruguai (25). Cerca de 70% dos médicos, tanto estrangeiros quanto brasileiros,
se formaram nos últimos dez anos.
De acordo com o ministério, 67,3% dos médicos vão atuar em regiões de extrema
pobreza e distritos de saúde indígena. “Essa foi uma estratégia importante para
ocupar postos em região de fronteira”, disse o ministro da saúde Alexandra
Padilha. O balanço mostra ainda que dos 3.511 municípios inscritos, 703 não
foram contemplados com nenhum médico.
Na avaliação do ministro, o primeiro mês do programa deixou claro que o
Brasil não tem número suficiente de médicos para atender a todas as áreas
carentes do país. "O que nos move é levar médicos para quem precisa e para isso
vamos usar todas as medidas legais", disse.
No próximo dia 19, o ministério abrirá inscrições do programa para médicos e
municípios, no segundo mês de seleção. “Em agosto, temos a expectativa de que
vários médicos que se formaram no mês de julho se inscrevam”, disso o ministro
Padilha. Após essa etapa, a inscrição para municípios será reaberta apenas no
final do ano.
No Mais Médicos, os profissionais formados no Brasil e os que têm diplomas
revalidados no país têm prioridade nas vagas para as regiões carentes. Os postos
que não forem preenchidos por eles são ocupados por médicos brasileiros que se
formaram no exterior e, em seguida, pelos estrangeiros.
No caso dos estrangeiros, antes de iniciar o trabalho, os profissionais
passarão por três semanas de capacitação, com foco no funcionamento do Sistema
Único de Saúde (SUS) e língua portuguesa. Durante o período de atuação, terão o
trabalho supervisionado por universidades. Os estrangeiros não precisarão fazer
o Revalida (Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de
Educação Superior) e, por isso, terão registro provisório por três anos para
atuar na atenção básica e com validade restrita ao local para onde foram
designados.
O Programa Mais Médicos foi criado por medida provisória e tem entre os
objetivos ampliar o número de médicos nas regiões carente do país.
Fonte Agência Brasil
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