Cesta básica de produtos orgânicos é 81% mais cara que a tradicional, segundo levantamento do iG |
Carne, leite, feijão, arroz, farinha, tomate, batata, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Estes são os 13 itens que compõem a cesta básica brasileira, em quantidades que variam de acordo com a tradição alimentar de cada região (mais carne nos estados do Sul e mais tomate nos do Nordeste, por exemplo). Incorporá-los ao cardápio do dia a dia, afirma Valéria Goulart, médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia, “é importante para fornecer ao corpo os carboidratos, proteínas e gorduras necessários para a manutenção da saúde”.
Para aumentar seus benefícios de cada refeição, é possível optar pelas versões orgânicas de cada um destes produtos. “Eles são livres de agrotóxicos, resíduos químicos, hormônios e antibióticos que podem causar danos à saúde, além de mais ricos em nutrientes como cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio e zinco”, lista a nutricionista Carla Muroya, do Hospital Israelita Albert Einstein. Valéria complementa: “Significa livrar-se de tudo de ruim que a produção em larga escala coloca nos alimentos para que eles fiquem bonitos por mais tempo e resistam a longos transportes até os pontos de venda”.
O grande problema dos alimentos orgânicos no Brasil é o preço. Uma cesta básica composta exclusivamente por produtos desse tipo é 81% mais cara que uma com itens convencionais, segundo levantamento feito pela reportagem do iG . Veja abaixo:
Produto | Convencional* | Orgânico** |
Carne (6 kg) | 100,50 | 121,68 |
Leite (7,5 l) | 22,80 | 38,02 |
Feijão (4,5 kg) | 29,21 | 44,96 |
Arroz (3 kg) | 7,11 | 14,97 |
Farinha (1,5 kg) | 3,87 | 7,00 |
Tomate (9 kg) | 34,38 | 100,35 |
Batata (9 kg) | 23,16 | 32,94 |
Pão (6 kg) | 52,98 | 112,98 |
Café (600 g) | 8,06 | 17,48 |
Banana (7,5 dz) | 21,00 | 47,10 |
Açúcar (3 kg) | 5,37 | 16,80 |
Óleo (900 ml) | 2,91 | 17,09 |
Manteiga (750 g) | 16,09 | 20,77 |
Total | 327,44 | 592,14 |
* Valores da Pesquisa Nacional da Cesta Básica realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em São Paulo em julho de 2013
** Média dos valores praticados por Extra Alimentos ( www.deliveryextra.com.br ), Naamazon ( www.naamazonorganicos.com.br ) e Pão de Açúcar ( www.paodeacucar.com.br )
A nutróloga Valéria explica por que isso acontece: “O alimento orgânico é produzido em pequena ou média escala, muitas vezes em esquema familiar, e suas safras são mais sujeitas a perdas, justamente por não terem químicas e conservantes. Para haver algum lucro, é impossível vendê-lo pelo mesmo preço que um grande distribuidor consegue praticar”.
Outra desvantagem que Carla aponta é a apresentação dos orgânicos. “Como eles são cultivados de forma natural, suas cores podem ser menos chamativas e seus formatos e tamanhos, irregulares”, diz. Neste caso, faz-se necessário passar por cima das aparências. “É preciso muito produto químico para manter um alimento viçoso depois de horas ou dias de transporte. O orgânico pode não ser tão bonito, mas é melhor para a saúde”, defende Valéria.
O que priorizar
Caso a realidade financeira da casa não permita a adoção de uma cesta básica totalmente orgânica, a substituição de alguns itens já é suficiente para diminuir a quantidade de resíduos químicos na dieta diária. Valéria recomenda, prioritariamente, o tomate, a batata e a banana: “São alimentos muito contaminados, porque o agrotóxico penetra com mais facilidade pela casca. E, ao contrário do que muitos pensam, a higienização caseira com água e vinagre não é suficiente para deixá-los totalmente limpos”.
Trocar o açúcar pela versão orgânica também é uma boa ideia. “O refinado é nutricionalmente nulo e recebe muitas substâncias para ficar com aquela aparência e com aquele sabor. Em um primeiro momento, algumas pessoas estranham o orgânico. Ele é um pouco diferente, adoça menos. Mas, só de pensar na quantidade fantástica de cálcio, magnésio e potássio que ele leva aos músculos, ele fica supergostoso”, finaliza.
Fonte iG
Nenhum comentário:
Postar um comentário