Rio de Janeiro – Centenas de pessoas fizeram ontem (14) manifestação em frente
ao Hospital Municipal Salgado Filho, na zona norte do Rio, pedindo melhorias na
estrutura e no quadro de funcionários da unidade. O protesto foi convocado pelo
Conselho Regional de Medicina do estado do Rio de Janeiro (Cremerj), depois de
uma fiscalização à unidade, que constatou problemas que dificultam o trabalho
dos médicos, pondo em risco a saúde dos pacientes.
O Cremerj descreveu as dificuldades em um relatório que foi entregue à
Secretaria Municipal de Saúde. No protesto desta manhã, os manifestantes vestiam
branco e carregavam cartazes que pediam o apoio da população às reivindicações
por melhorias no hospital. Duas viaturas policiais reforçavam o policiamento em
frente à unidade.
Entre os principais problemas descritos no relatório do Cremerj estão a
superlotação, a falta de profissionais de saúde e leitos montados de forma
errada, o que, de acordo com a instituição, contribui para a transmissão de
doenças respiratórias.
Segundo a presidenta do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo, são necessários mais
concursos públicos, para que se reponha o pessoal nos hospitais com salários
atrativos. "Estão agora com este programa, o Mais Médicos, para o interior, mas
estamos vendo [falta de médicos] aqui, dentro do Rio de Janeiro, no Méier, que é
um bairro populoso, com um número enorme de estabelecimentos comerciais e
residências. O bairro está desprovido do mínimo que possa ser para o povo ser
atendido numa emergência”, disse Márcia.
A médica informou que o Cremerj fiscaliza as unidades de saúde
rotineiramente. “É obrigação do Conselho Regional de Medicina, principalmente
para ver as condições em que o médico trabalha. Já entregamos vários à
Secretaria Municipal de Saúde. Agora estamos mostrando à população o que está
acontecendo. Só o povo na rua é que vai resolver, porque a secretaria não está
nem aí para isso”, disse Márcia Rosa.
De acordo com a coordenadora da Emergência e do Ambulatório do hospital,
Eneida dos Reis, muitos pacientes ficam em macas durante a internação, e o clima
fica muito tenso. "Maca é para transporte, não é leito”, ressaltou Eneida. Ela
disse que o número de pacientes recebidos pelo hospital fica muito além da
capacidade de atendimento. "E o número de profissionais não é nem de longe o
preconizado pelo Cremerj, pela sociedade, para atender àquela demanda."
“Em dias de maior demanda, pode haver acomodação de leitos acima do ideal,
com pacientes em observação”, admitiu a Secretaria de Saúde, em nota. Segundo a
secretaria, mais de R$ 6 milhões foram investidos no ano passado em obras e
equipamentos no Salgado Filho. De acordo com o planejamento da secretaria, o
hospital do Méier será o próximo a receber melhorias já implantadas em outras
unidades da rede.
Fonte Agência Brasil
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