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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Especialistas cobram mais capacitação em gerontologia

Crescimento da população idosa chamam a atenção para os serviços de saúde no País, considerados despreparados para atender esta população
 
O vertiginoso crescimento da população idosa no Brasil, prevista para superar a de crianças em 2030, tem levantado uma questão se o país está caminhando na direção certa no que tange à preparação de profissionais das áreas de gerontologia e também de geriatria que possam lidar com esta demanda crescente de pacientes nos próximos anos.
 
Naira de Fátima Dutra Lemos, médica, doutora em gerontologia e assistente social da Unifesp, acha que muito ainda precisa ser feito. “A formação de recursos humanos em gerontologia é fundamental para fortalecer essa área do conhecimento e também para acompanhar as mudanças do ponto de vista cultural em relação à velha concepção social sobre a velhice”, disse Lemos, durante palestra no Congresso Nacional de Hospitais Privados, que ocorre em São Paulo de 2 a 4 de outubro.
 
Segundo Lemos, existem no país hoje apenas três cursos de graduação em gerontologia. A maior procura é por cursos de especialização, que somam um total de 20 pelo país. Os mestrados e doutorados contam com oito cursos. “O que esperar desse profissional? Que ele tenha uma formação ampla, multidisciplinar e tenha capacidade de entender o significado social da velhice”, opinou.
 
Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, professora da escola de enfermagem da USP, afirma que os serviços de saúde atualmente estão despreparados para atender ao crescimento do envelhecimento.
 
Ela chama atenção para o fato das equipes de saúde não saberem tratar corretamente a população idosa, principalmente aquela que mais cresce, situada acima da faixa dos 80 anos.
 
“O crescimento das internações de idosos por pneumonias, septicemias e outras infecções pode indicar a necessidade de treinamentos e capacitações para as equipes de pronto atendimento e urgências, evitando o agravamento dos casos e o retorno do idoso ao hospital”, diz Duarte.
 
Wilson Jacob, um dos maiores especialistas em geriatria do país e professor Faculdade de Medicina da USP, diz que a velocidade de envelhecimento da sociedade brasileira está muito acima do que vem ocorrendo em outros países desenvolvidos e emergentes.
 
Ele acredita que um novo conceito de médico precisará ser formado para atender a essa nova realidade. “Esse novo médico terá que ser mais eficaz e resolutivo, porque a população de idosos não permite uma segunda tentativa. Na quase totalidade das vezes, a opção a ser tomada para a melhor conduta é única e apresenta-se em uma janela de tempo muito curto”, alerta o especialista.
 
SaudeWeb

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