Foto: Seyllou Diallo/Arquivo AFP Casos de HIV em crianças são altíssimos em países da África |
Mais de 250 mil crianças por ano nascem com o vírus da Aids, mas poucas estão sendo examinadas no prazo necessário para receberem tratamento e prolongarem suas vidas, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (20).
Michel Sidibe, diretor-executivo da Unaids (agência da ONU para a Aids) afirmou que é preciso melhorar os kits de diagnóstico para a detecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês) em recém-nascidos, além de reduzir seu preço, que hoje é de US$ 25 a US$ 50 por unidade.
As crianças, segundo ele, são as vítimas "esquecidas" da epidemia da Aids, apesar de 260 mil bebês terem entrado para as estatísticas no ano passado, principalmente na África Subsaariana.
"A despeito do tamanho do mercado, precisamos assegurar que os diagnósticos sejam disponibilizados às crianças", disse ele em entrevista coletiva em Genebra por ocasião do Dia Mundial da Aids, em 1º de dezembro.
"Tivemos muitos avanços nos últimos dois ou três anos em termos de tratamento, em termos de remédios, em termos de assegurar que as moléculas estão mais direcionadas para as crianças. Mas onde estamos fracassando também é em fazer diagnósticos precoces".
Os Laboratórios Abbott, dos EUA, e a fábrica suíça de medicamentos Roche estão entre os principais produtores de testes de HIV, segundo funcionários da Unaids.
Cerca de 3,3 milhões de crianças com até 15 anos são soropositivas, mas apenas 1,9 milhão precisam de tratamento atualmente, segundo a agência, com sede em Genebra. Menos de 650 mil, ou 34% das 1,9 milhão receberam drogas antirretrovirais contra a Aids em 2012, o que mesmo assim representa um aumento de 14% em relação ao ano anterior,segundo a Unaids.
Cerca de 14 milhões de adultos com HIV precisam de tratamento, e 9 milhões deles, ou 64%, o recebem, uma cobertura bem superior à das crianças.
A Unaids identificou 22 países prioritários para o controle das contaminações em crianças, sendo 21 deles na África Subsaariana, onde estão 90% das mulheres soropositivas. O outro país é a Índia.
G1
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