Brasília – Pelo menos 150 pacientes que superaram o câncer de mama e
representantes de instituições de 16 estados e do Distrito Federal fizeram, ontem
(27), Dia Nacional do Combate ao Câncer, uma mobilização para pedir mais
recursos para a Saúde. O Projeto Lobby Day, como é chamado, foi organizado pela
Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama
(Femama).
As pacientes fizeram um ato simbólico no gramado em frente ao Congresso
Nacional onde colocaram várias bandeiras, nesta manhã. A ação também organizou
um twitaço para mobilizar a sociedade civil e espalhar para o maior número de
pessoas mensagens de conscientização sobre a causa.
Julia Maria Pohlmann Braga tem 65 anos e mora em Valinhos, município de São
Paulo, há três anos. Ela descobriu que tinha câncer de mama fazendo a apalpação.
“É inimaginável, quem não passou por isso não pode imaginar o choque que é. Como
eu tinha um seguro de saúde fiz o tratamento e não precisei tirar a mama. O
tratamento foi muito sofrido, meu câncer era agressivo, mas a gente consegue
superar isso tudo e seguir em frente e agora empenhamos nossa vida em ajudar aos
outros”, disse Julia Maria.
A pedagoga Alciete Silva de Castro tem 39 anos e mora em Manaus (AM). Ela
descobriu que tinha um nódulo nos seios quando tinha 24 anos fazendo o exame de
prevenção. “Achei um caroço e fui fazer a biópsia na época. Eu morava no
interior do Pará, lá não tinha mastologista”. Alciete foi atendida e acompanhada
clinicamente por um ginecologista que “fez uma punção” e o resultado foi
apresentado foi negativo para o câncer.
Depois da punção ela desenvolveu um câncer muito rápido, dentro de duas
semanas o caroço já estava do tamanho de um limão pequeno. “Fui para Manaus e o
médico constatou que era o câncer. Foi um impacto muito grande porque fui
acreditando que era benigno” disse a pedagoga.
Alciete Castro começou seu tratamento quatro meses após ter descoberto a doença.
“O tratamento foi demorado, fiz 12 sessões de quimioterapia e 38 sessões de
radioterapia, meu cabelo caiu. Eu não queria acreditar que aquilo estava
acontecendo comigo. Eu era muito jovem, tinha acabado de fazer faculdade e
estava fazendo minha pós-graduação” disse ela.
Aos 29 anos Alciete ela teve uma recidiva – volta do câncer - e retirou a
outra mama. “Fiz o tratamento todo de novo, comecei do zero, e por orientação
dos médicos, aos 30 anos fiz uma histerectomia – retirada total do útero - para
prevenir outra recidiva. A prevenção é o melhor remédio, quando o câncer é
detectado logo no inicio e é feito o tratamento a cura é de 100%”, completou a
pedagoga.
Atualmente a doença representa a segunda causa de morte no Brasil, atrás
apenas daquelas causadas pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ao menos 518 mil
pessoas são acometidas pela enfermidade anualmente no país, segundo o Instituto
Nacional de Câncer (Inca). Dessas, 260 mil são mulheres afetadas, em sua
maioria, pelo câncer de mama, responsável por 52.680 casos.
Agência Brasil
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