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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Falta do medicamento L-Asparaginase reduziria chances de cura, dizem especialistas

Imagem: Ministério da Saúde
A partir de 2015, o remédio L-Asparaginase, essencial para a cura da Leucemia Linfóide Aguda em crianças, será produzido no Brasil
 
A medida pretende evitar situações como a ocorrida no ano passado, quando a empresa brasileira que o distribuía informou ao governo federal que o produtor estrangeiro havia interrompido a fabricação e que os estoques durariam somente até meados deste ano. A produção será realizada por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que envolve transferência de tecnologia.
 
A iniciativa, resultado de uma parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), foi comemorada pela médica Sandra Loggetto, coordenadora do Comitê de Hematologia e Hemoterapia Pediátrica da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). “Esse trabalho feito junto com as sociedades médicas, com o Ministério, com todo mundo, permitiu solucionar de forma rápida um problema que só tinha seis meses para resolver”.
 
De acordo com Sandra, a falta do L-Asparaginase pode comprometer o resultado final da recuperação da criança. “Nos anos 1960, quando ainda não se tinha tanto conhecimento, a L-Asparaginase não entrava no tratamento e a sobrevida global das crianças com Leucemia Linfóide Aguda ficava em torno de 20%. Com a inclusão de várias doses do L-Asparaginase no tratamento, essa sobrevida subiu pra cerca de 90%”, compara. A médica destaca que o uso é feito no início da recuperação, para controlar e matar as células doentes.
 
Segundo Luiz Fernando Lopes, diretor médico do departamento infanto juvenil do Hospital de Barretos, o remédio é muito importante no primeiro mês do tratamento. “A falta da medicação tem efeito a longo prazo, aumenta a chance de a doença voltar, que é o que ocorria no passado, quando essa droga não existia”.
 
Para o diretor clínico do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAAC), Flávio Luisi, o medicamento é imprescindível. “A gente não tem substituto para esse remédio. Ou você dá L-Asparaginase ou você dá L-Asparaginase, seja ela em que forma for”. De acordo com ele, entre os quimioterápicos que precisam ser usados no tratamento da doença, a L-Asparaginase é um dos componentes fundamentais. “Não poder curar a criança por falta de um medicamento é uma situação desesperadora”.
 
O diretor clínico do GRAAC lembra que esse problema de desabastecimento atinge vários países. “Eu já tive que mudar remédios de pacientes com linfoma, que faziam uso de um medicamento que os laboratórios não tiveram mais interesse comercial em fazer. Simplesmente pararam de fabricar. Aí, a gente passou a importar da Itália. Na Itália, ficaram durante muitos anos produzindo até que o laboratório provavelmente não teve mais interesse comercial. E parou de fabricar também”.
 
Leucemia
De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a leucemia é uma doença que afeta os glóbulos brancos (leucócitos). A principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea (a “fábrica do sangue”), que substituem as células sanguíneas normais.  Em geral, os sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias).
 
Segundo Luiz Fernando Lopes, os pais devem ficar atentos a sinais como palidez, febre, mancha roxa, dor nas articulações, gânglios. O médico do Hospital do Câncer de Barretos também ressalta que a leucemia progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico. “Tem que tratar o quanto antes. Quanto mais rápido, mais chances de cura, porque a gente consegue controlar a proliferação na medula”, explica.
 
G1

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