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Segundo Silvia Daher, coordenadora do Laboratório de Obstetrícia Fisiológica
Experimental da Unifesp, as primeiras descobertas do estudo, que começou há
pelos menos quatro anos, estão ligadas a duas substâncias produzidas
principalmente por tecido adiposo, aquele que aumenta conforme a pessoa
engorda.
Descobriu-se que a substância adiponectina, responsável pela diminuição da
glicemia, estava presente em menor quantidade nas mulheres com sobrepeso. Isso
significa que esse grupo tem mais chance de aumento da glicemia. “Pode-se ter
mais inflamação porque ela faz falta”, explicou.
Outra substância investigada foi a leptina. A pesquisa constatou que ela
estava presente em maior quantidade entre as mulheres com sobrepeso. “Apesar de
ser inicialmente definida como hormônio da saciedade, quando aumenta demais [a
leptina] não tem mais esse efeito. Mexe nos mecanismos imunológicos e piora toda
a inflamação e resistência à insulina”, explicou a pesquisadora.
De acordo com Silvia, a mulher com sobrepeso tem Índice de Massa Corporal
(IMC) acima de 25 e, a partir de 30, é considera obesa. O sobrepeso, alertou,
duplica a chance de desenvolvimento da pressão alta na gravidez. “A mulher tem
mais chance de ser uma hipertensa [posteriormente à gravidez], as criança também
têm os seus problemas. É causa de morte materna e de óbito fetal, um problema
bastante grave”.
O sobrepeso, além disso, restringe o crescimento do bebê, fazendo com que ele
nasça abaixo do peso. Silvia explicou que, nesses casos, há mais chance de parto
prematuro.
As mulheres com sobrepeso têm também quatro vezes mais chance de desenvolver
diabetes gestacional, ou seja, quando a doença se manifesta mesmo que a paciente
nunca tenha sido diagnosticada com diabetes antes. Segundo a pesquisadora, há
chance de que a gestante passe a ter diabetes tipo 2 após o nascimento da
criança.
Agência Brasil
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