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| Foto: Divulgação Médico brasileiro descobriu que ponto no cérebro é o que indica a real temperatura de todo o corpo |
Aparelho monitora temperatura corporal 24h por dia e sinaliza a presença de infecção
Rio - Esqueça aquele pequeno e antigo aparelho de vidro colocado na axila para detectar a febre. O termômetro do futuro é posto na cabeça e consegue captar a temperatura de regiões de cérebro que fornecem o estado térmico do organismo. Criado por um brasileiro, a novidade tem ainda outro benefício: grudada à testa, monitora 24 horas por dia a temperatura corporal, o que permite a detecção precoce de infecções.
Professor da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marc Abreu levou cerca de 20 anos para chegar à versão final da invenção. E foi um fato triste que motivou as pesquisas.
Ele conta ter visto a morte de um paciente que estava perto de receber alta, mas contraiu uma infecção hospitalar. Ele explica que a variação brusca na temperatura corporal é um dos principais sinais da infecção, e ter um aparelho capaz de monitorá-la é capaz de salvar vidas. “A infecção se desenvolve de modo muito rápido, e o paciente fica vulnerável por não ter um equipamento no hospital que meça a temperatura constantemente. Com o termômetro convencional é impossível fazer isso”, explica.
Mas, por que medir a temperatura na cabeça? Durante as pesquisas, Marc descobriu a presença de dois túneis de calor no cérebro que indicam a temperatura exata do corpo inteiro. Os canais terminam na região acima dos olhos, onde o aparelho é fixado. Por isso, o termômetro ganhou o nome de BTT (Túnel de Temperatura Cerebral, em inglês). “Axila tem gordura, o que causa variação na temperatura na hora de medir e não traz um relato fiel”, disse. O aparelho já foi aprovado pelo FDA, órgão de regulação norte-americano. A previsão é que chegue ao Brasil em um ano.
Aparelho pode enviar dados para celular
O BTT não favorece apenas pacientes internados. O aparelho pode ser usado em casa, para monitorar a temperatura de crianças, por exemplo. As informações captadas são transmitidas a um computador ou smartphone. Quando há grande variação térmica, um sinal é disparado. Com isso, a mãe pode checar, à distância, a temperatura do filho.
“Funciona como os aparelhos de monitoramento dos batimentos cardíacos. Ter um retrato fiel da temperatura evita idas ao hospital e ingestão de remédios sem necessidade”, diz Marc.
O termômetro do futuro pretende beneficiar ainda atletas. O mesmo alarme indicaria o momento exato em que a temperatura corporal ficou elevada, mostrando que é preciso ingerir água.
Testes estão sendo feitos no Brasil, mas ainda não foi definido o preço do produto.
Farmácia não tem técnicos
Mais da metade das farmácias do Brasil não tem farmacêutico. Na maior parte dos casos, a falta ocorre em horários específicos, mas 10% dos estabelecimentos não têm farmacêutico nunca. O levantamento foi feito a pedido da ‘Folha de S. Paulo’ pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial (ICTQ).
Entre as funções do farmacêutico estão conferir a receita médica e orientar o consumidor. “Em muitas farmácias, é o atendente que faz as vezes de farmacêutico. Isso expõe a população”, afirma Marcus Vinícius Andrade, que coordenou o estudo.
iG
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