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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Falta de pediatras traz risco de morte para crianças brasileiras

Foto: Reprodução
Para Mário Hirschheimer, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, carência de especialistas está levando mães aos inadequados prontos-socorros

Restrita às consulta ou plantões, a pediatra brasileira amarga baixas remunerações no sistema público e na rede suplementar, levando jovens médicos a optarem por outras especialidades. Consequência: faltam pediatras em diversas regiões do País, e consultas rotineiras de puericultura são substituídas pelo atendimento nos prontos-socorros.
 
O alerta feito pela Sociedade de Pediatria de São Paulo diz que, assim, as crianças adoecem e morrem mais. Mário Roberto Hirschheimer, presidente da SPSP, diz que as condições inadequadas de trabalho destes especialistas também contribuem para a fuga de profissionais de atendimento de crianças e adolescentes.
 
No Estado de São Paulo, segundo ele, a proporção é de 2,7 médicos por mil habitantes, considerada adequada. Entretanto só há 0,7 pediatra para cada mil habitantes entre zero e 20 anos. Portanto, diz, não há pediatras suficientes para atender crianças e adolescentes do estado.
 
A estatística é ainda mais alarmante quando considerado a queda, entre 1999 e 2013, de 55% dos candidatos ao título de especialista em pediatria, apesar do significativo aumento do número de faculdades de medicina. Há 15 anos, explica Hirschheimer, de 15% a 20% dos formandos procuravam a pediatria como especialidade. Hoje esse número é inferior a 8%.
 
Segundo Hirschheimer, a maioria dos formandos não tem interesse em abrir um consultório: as operadoras pagam, em média, R$ 66,00 por consulta, enquanto as despesas para manter o consultório chegam a R$ 55 por paciente. O pediatra precisaria assim atender um paciente a cada dez ou quinze minutos.
 
A exigência de produtividade de quatro atendimentos por hora na rede pública também é um problema para a qualidade do serviço, alerta o especialista. Para muitos dos gestores desses serviços, a expectativa é que cada pediatra atenda de 60 a 72 consultas em doze horas, média longe da ideal de qualidade.

SaudeWeb

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