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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

França restringe corantes e revolta tatuadores

Governo veta uso de parte importante de corantes usados em tatuagens como medida de 'prevenção' contra possíveis riscos a saúde
 
A decisão de autoridades da área de saúde na França de proibir, a partir deste 1° de janeiro, dezenas de pigmentos coloridos utilizados em tatuagens por razões ligadas à proteção da saúde, está sendo fortemente contestada por profissionais e clientes, que afirmam temer "o fim dessa arte" no país.
 
A polêmica surgiu com o decreto do Ministério da Saúde promulgado a pedido da Agência Nacional de Segurança do Medicamento, que proibiu o uso de 59 corantes de um total de 153 utilizados em produtos cosméticos e tintas de tatuagens.
 
O assunto vinha sendo discutido pelas autoridades de saúde desde 2011.
 
Segundo a agência francesa, trata-se de uma medida de precaução já que não há estudos que provariam a segurança desses corantes.
 
"Como as tatuagens não representam nenhum benefício para o consumidor, elas também não deveriam representar um risco", afirma o Ministério francês da Saúde.
 
Para os tatuadores, entretanto, não haveria provas científicas de que os corantes proibidos representassem um risco à saúde.
 
Assinaturas
Os tatuadores conseguiram o apoio dos clientes e já conseguiram reunir 150 mil assinaturas em uma petição para cancelar a proibição de quase 40% dos corantes utilizados em tatuagens.
 
"O governo evoca o princípio de precaução e, ao mesmo tempo, permite a venda de cigarros", diz Tin-Tin, presidente do sindicato francês de artistas tatuadores (SNAT, na sigla em francês) e considerado uma "estrela" entre os tatuadores franceses.
 
"Os profissionais correm o risco de ter de fechar suas lojas. Isso vai beneficiar os tatuadores clandestinos, que trabalham em casa e compram pigmentos chineses, sem nenhum controle sanitário, e que não sofrem nenhuma inspeção", afirma Tin-Tin.
 
Segundo ele, os cerca de 4 mil tatuadores oficiais na França utilizam pigmentos fabricados no exterior, principalmente nos Estados Unidos, vendidos na França de acordo com a legislação e com total rastreabilidade.
 
"O risco zero não existe, mas em 30 anos de profissão soube de raros casos de alergias graves. Se houvesse risco de vida com as tatuagens, isso seria conhecido", argumenta Tin-Tin.
 
As autoridades ressaltam que apesar da proibição de 59 corantes, que reúnem diferentes tonalidades de cores diversas, ainda permanecerá autorizado na França "o uso de 27 corantes vermelhos, treze brancos e laranjas, doze amarelos, seis pretos, três violetas e três marrons".
 
"Esses pigmentos que continuam autorizados são tão fotossensíveis que o resultado são cores pálidas", afirma o tatuador Tin-Tin.
 
O sindicato dos dermatologistas da França ressalta que as cores em geral provocam mais alergias do que o preto. O vermelho, de acordo com os médicos, é uma das cores mais "perigosas" em tatuagens por conter diferentes elementos químicos.
 
De maneira geral, as tintas podem conter metais tóxicos (cobalto, cromo e cobre) e também hidrocarbonetos, derivados do petróleo, afirmam os dermatologistas franceses.
 
Para tentar encerrar a polêmica, o governo francês ressaltou na semana passada que a maioria dos corantes continuarão autorizados e que a proibição parcial não representa o fim das tatuagens multicoloridas na França.
 
BBC Brasil

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