A alta queda do índice de mortalidade de crianças no Brasil pode ser explicada por uma série de fatores. Entre eles, a criação da Rede Cegonha, estratégia lançada em 2011 para ampliar a assistência integral à saúde de mães e bebês desde o pré-natal até os primeiros dois anos de vida. Atualmente, a iniciativa está presente em 5.009 municípios do país, atendendo 2,3 milhões de mulheres.
Uma delas é a dona de casa Tatiane Brasil, 23 anos, moradora de Arapongas (PR). No pré-natal, ela recebeu atendimento multidisciplinar de uma equipe compostas por obstetras, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogas e assistentes sociais. O procedimento foi feito em outro município paranaense, Apucarana. “Fiz exames de rotina e ultrassonografia, além de receber os medicamentos.
Nas consultas, a médica procurava saber como estava minha alimentação, tirava minhas dúvidas e fazia exames para saber como estava o desenvolvimento do bebê”, conta. Ela também participou de um curso sobre os cuidados que as gestantes devem tomar com os bebês. “Aprendi a dar banho, cuidar do umbigo, amamentar e fui apresentada à maternidade onde daria a luz, o que me deu mais segurança”, garante.
Em junho, Tatiane deu à luz ao menino Arthur. “Cheguei à maternidade depois que a bolsa estourou. Logo no início, foi constatado que eu não poderia ter parto normal e rapidamente o médico marcou a cesariana, o que me surpreendeu. Não fiquei sofrendo e nem o bebê, o atendimento foi muito rápido.
O médico me explicou todos os passos, a necessidade da cirurgia, como seria o procedimento”, recorda.
A dona de casa conta que foi bem atendida por toda a equipe de saúde, antes e depois do parto. “As enfermeiras me ensinaram a maneira correta de amamentar pela primeira vez. Foram muito atenciosas”, lembra. Arthur fez o teste do pezinho e do olhinho e tomou todas as vacinas na maternidade. Uma semana depois, fez o teste da orelhinha.
Antes de sair da maternidade, Tatiane recebeu kit para curativo umbilical, kit enxoval com fraldas descartáveis e cueiro, kit básico de medicamentos à gestante e anticoncepcional para o período do aleitamento exclusivo. “Amamentei exclusivamente no peito graças às orientações que recebi das enfermeiras”, diz a mãe. Alguns meses depois, ela deu início à alimentação suplementar. “Ele come de tudo. Está se desenvolvendo muito bem”, conta.
O índice de mortalidade de crianças menores de cinco anos caiu 77% no Brasil em 22 anos.
Segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a taxa passou de 62 mortes a cada mil nascidos vivos para 14 óbitos por mil nascidos vivos.
A queda mais acentuada ocorreu nos últimos anos.
De 2002 a 2012, o país reduziu em 40% a taxa de mortalidade infantil. Entre 2010 e 2013, a redução foi de 9%, passando de 18,6 mortes por cada mil crianças nascidas viva em 2010 para 16,9 em 2012.
O percentual de redução da taxa de mortalidade na infância no Brasil é superior à mundial, que foi de 47% e a da América Latina e Caribe, que foi de 65%.
G1
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