Divulgação/Sabesp
Sistema Cantareira
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O calor excessivo e a falta de chuvas levaram muitas cidades de parte das regiões Sul e Sudeste a adotar racionamento e multas para quem desperdiça água. As medidas devem durar enquanto não chover e os reservatórios não voltarem ao nível normal.
Em São Paulo, o Sistema Cantareira, que abastece cerca de 10 milhões de habitantes de parte da capital e Grande São Paulo atingiu, nesta quarta-feira (12), o nível mais baixo da história: 19,1% da capacidade.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), o ano de 2013 registrou apenas 1090 milímetros de chuva nas quatro represas que compõem o sistema de abastecimento (a média é de 1.566 milímetros). Em dezembro, choveu apenas 62 milímetros e a média histórica é de 226 milímetros. Janeiro também teve o pior índice de chuvas em 84 anos. Choveu 62 milímetros, quando o esperado seria de 260 milímetros.
Além disso, com o calor excessivo, o consumo de água aumenta. Por essas razões, as cidades estão se organizando para tentar amenizar o problema.
Na região do ABC, a cidade de Diadema, que tem cerca de 400 mil habitantes, foi a primeira a decretar medidas para economizar água. Há cerca de dez dias, segundo a Companhia de Saneamento de Diadema (Saned), carros de som percorrem os bairros para avisar sobre o rodízio de água.
“A Saned fecha o registro de fornecimento de água de uma região baixa para abastecer uma região alta no tempo necessário para que todos possam encher as caixas d’água; depois manobra o registro para abastecer a região baixa novamente”, informou a companhia em nota, afirmando não se tratar de um “racionamento” e sim uma “manobra no sistema de abastecimento”.
Ainda na Grande São Paulo, Guarulhos também sofre com a falta de água. Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Guarulhos, que compra da Sabesp 87% da água consumida na cidade, uma das redes de transferência, o reservatório de Vila Industrial, em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo), pertencente ao Sistema Alto Tietê, da Sabesp, está entregando 200 litros de água por segundo, quando o normal são 300 litros por segundo. Os bairros afetados são Bonsucesso, Ponte Alta, Carmela, Bambi, Presidente Dutra e Inocoop, que estão um dia com água e outro sem.
Na capital, o racionamento ainda não foi adotado, mas a Sabesp está dando desconto de 30% na conta de água para os moradores atendidos pelo Sistema Cantareira, que economizarem 20% do consumo médio dos últimos 12 meses.
A medida vale para toda a zona norte e a região central, parte das zonas leste e oeste da capital, e as cidades de Barueri, Caieiras, Carapicuíba, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapevi, Jandira, Osasco e Santana de Parnaíba (Grande São Paulo).
Além do racionamento, as cidades de Campinas e Valinhos, no interior de São Paulo adotaram multas para quem desperdiçar água.
Em Valinhos, desde o dia 7 de fevereiro, os moradores estão proibidos de lavar quintal, veículos, telhados, calçadas e molhar plantas, atos considerados como desperdício. A multa para quem for flagrado desperdiçando água é de R$ 336. A fiscalização é feita por quatro agentes do Departamento de Águas e Esgoto de Valinhos (Daev), que também recebe denúncias da população.
A cidade, a 85 km da capital, também adotou rodízio de racionamento. Valinhos foi dividida em sete regiões e, todos os dias, duas regiões ficam sem água das 10h às 4h da manhã do dia seguinte, ou seja, 18 horas de torneiras secas.
“Com essa medida, esperamos economizar 10% do consumo diário, que chega a 37 milhões de litros”, informou o Daev.
Em Campinas (a 93 km de São Paulo), o morador que for flagrado desperdiçando água pela segunda vez, recebe multa três vezes maior que o valor da última fatura. “A intenção não é multar, mas sim conscientizar a população da importância do uso racional da água neste período de estiagem”, informou a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) em nota.
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Segundo o órgão municipal, desde que as multas para os desperdiçadores de água foi adotado, em 4 de fevereiro, a Sanasa tem recebido cerca de 40 denuncias de moradores por dia. Nenhuma multa foi aplicada.
Paraná
A seca também atingiu o norte da região Sul e, segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), o rodízio foi implantado em cinco cidades do Estado: Ponta Grossa, Guarapuava, Francisco Beltrão, Toledo e Assis Chateaubriand. O município de Teresa do Oeste também sofre com desabastecimento e, por isso, a companhia, disponibiliza cerca de três caminhões-pipa para abastecer a cidade. Segundo a Sanepar, há ainda a possibilidade de as cidades de Rolândia e Arapongas serem afetadas pelo racionamento se não chover nos próximos dias.
Em Guarapuava, por exemplo, o rodízio foi implantando em 6 de fevereiro e atinge cerca de 11 mil imóveis. A cidade foi dividida em cinco regiões e cada uma delas fica com as torneiras secas alternadamente por um período que pode chegar a 24 horas, "dependendo das condições de consumo nas demais áreas que estão abastecidas", informou a Sanepar.
Além disso, a Sanepar informou também que está realizando obras emergenciais, construindo reservatórios, interligando e ampliando redes de distribuição nas cidades afetadas.
iG
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