Wanderley Preite Sobrinho/iG
Com fortes dores de cabeça, idosa de 83 anos aguarda atendimento
no corredor do Hospital do Servidor Estadual
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Pacientes idosos aguardam atendimento médico sentados em cadeira de rodas nos corredores enquanto os acompanhantes, em pé, gritam por pressa no atendimento. A cena, flagrada pela reportagem do iG em fevereiro de 2013, permanece a mesma no pronto-socorro do Hospital do Servidor Público do Estado (HSPE) um ano depois.
Na última quarta-feira (19), a aposentada Terezinha de Jesus, de 75 anos, chegou à emergência às 9h para realizar exames de sangue e receber uma vacina que retarda o desgaste de seus ossos. “Estou esperando para colherem o sangue. Já são quatro da tarde”, diz ela. “Aqui vem muita gente. Já vi perua lotada de servidor vindo do interior. Pelo menos os médicos e enfermeiros são bons.”
Diante da superlotação do P.S – que recebe 500 pessoas por dia – e da falta de estrutura em outros setores do hospital, o governo do Estado liberou R$ 146,7 milhões no ano passado para que a autarquia responsável pelo complexo, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), entregasse uma grande reforma até maio do ano que vem.
No planejamento divulgado em maio de 2013, o Iamspe projetava contratar hospitais de retaguarda para ajudar no atendimento enquanto o serviço de emergência passasse por reformas. A novidade era a construção de um pronto-socorro exclusivo para idosos, 60% dos pacientes atendidos.
Questionado a respeito, o Iamspe afirmou que apenas um pronto pronto-socorro sairá do papel, mas “o espaço receberá características especiais para atendimento à população idosa, incluindo adequação de consultórios e área física com dimensões de acessibilidade”: “O novo pronto-socorro, em novo espaço, e não no local em que o iG visitou, não só começou a ser construído como será o primeiro a ser entregue, entre os vários projetos da reforma, provavelmente em abril de 2014.”
As mudanças são aguardadas com ansiedade pela dona de casa Roseli Nascimento Magalhães (45), que esperava desde as 10h30 por um exame de raio X para avaliar o estágio de um processo degenerativo nos músculos. “Já ouvi falar dessa reforma. Eu não acho que a demora seja descaso porque sempre fui bem atendida aqui. O problema é que não para de chegar paciente.”
Menos conformado estava o aposentado J.L.X, que gritava por atendimento para a mãe, de 83 anos, sentada em uma cadeira de rodas no corredor “sentindo fortes dores de cabeça”. “Bom atendimento? Você acha que isso é ser bem atendido?”
iG
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