"À sua Saúde" acontece no Museu Nacional Honestino
Guimarães, em Brasília
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A exposição aborda temas da saúde pública e da regulação sanitária como
remédios, alimentos, fitoterápicos, fronteiras aquáticas, aéreas e cosméticos. A
saúde desperta especial interesse em um país que ocupa o sexto lugar no
ranking mundial de consumo de medicamentos e deverá chegar à quarta
posição em 2016, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
que patrocina a mostra.
O diretor-presidente da agência, Dirceu Barbano, disse que a exposição é
“rara oportunidade de mostrar à sociedade o importante papel da regulação no
desenvolvimento econômico e social do país, aliando elementos lúdicos e também
educativos”.
Para a coordenadora-geral do projeto, Daiana Castilho Dias, a exposição
nasceu do interesse em criar um percurso mais simples entre a pesquisa
científica na área da saúde e a população. “E a arte faz esta ponte com muita
naturalidade”.
O núcleo histórico está dividido em três eixos: cura xamânica, cura
tradicional e cura pela fé. Na entrada da parte histórica, chama atenção a
representação da primeira botica (farmácia) do Brasil, montada em tamanho
natural, a partir da aquarela do pintor francês Jean-Baptiste Debret, da década
de 1820. Entre os objetos, uma maleta com uma farmácia portátil que os médicos
do século XIX usavam para preparar medicamentos.
A cura xamânica traz uma instalação interativa em que sacos de chás
pendurados podem ser tocados e é possível saber mais sobre as ervas e suas
propriedades. A cura pela fé, na sala dos milagres, há os oratórios do
videoartista Eder Santos.
Há também na exposição ambientes criados para relatar a Revolta da Vacina,
protagonizada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, em 1904, e a
quarentena imposta aos viajantes que chegavam ao país pelos portos de Salvador e
do Rio.
Para disputar a preferência dos consumidores, a publicidade é forte aliada. A
exposição exibe anúncios de medicamentos desde o início do século passado,
mostrando a evolução dos rótulos e o design de cada época.
O núcleo contemporâneo, por sua vez, traz nomes consagrados das artes
plásticas que trabalharam o tema saúde. “Entendemos saúde a partir de um
espectro amplo de sentido, relacionado a sangue, tecidos, órgãos, alimentos,
fronteiras, saúde mental e remédios”, explicou a curadora da parte
contemporânea, Polyanna Morgana.
Nesta seção, é possível ver esculturas de Louise D.D., que tratam dos
antidepressivos. A artista, que sofre de depressão, fez uma tatuagem tarja preta
no braço. A foto está em exibição. Já Bispo do Rosário, com seus bordados e
estandartes, criou um universo lúdico na Colônia Juliano Moreira, em uma época
em que se aplicavam eletrochoques e outros tratamentos violentos para quem tinha
distúrbios mentais. A mostra apresenta 22 trabalhos do artista.
À sua Saúde está em cartaz até 30 de março, de terça a domingo, das 9h às
18h30. A entrada é gratuita.
Agência Brasil
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