Foto: SXC / Divulgação A doença, conhecida como "Glaucoma Congênito" ou " Glaucoma Pediátrico" acomete um em cada mil bebês |
Pode parecer estranho, mas até os bebês podem sofrer com o aumento da pressão intraocular e, antes mesmo de desenvolverem a visão, ficarem cegos. A doença, conhecida como "Glaucoma Congênito" ou "Glaucoma Pediátrico" acomete um em cada mil bebês, sendo uma das principais causas de cegueira na infância, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Apesar de ser rara, a doença é de difícil percepção e, normalmente, a maioria dos pais só percebem o problema quando a criança está quase cega, sendo muito difícil reverter o caso.
De causa hereditária, este tipo de glaucoma é causado pela formação de uma membrana no interior de um ou ambos os olhos. Esta membrana atrapalha o processo natural de drenagem do líquido dentro do olho, o humor aquoso, fazendo com que a pressão intraocular aumente. Com o aumento da pressão acontece a lesão do nervo óptico, órgão responsável por levar as informações nervosas ao cérebro, e assim a perda gradativa da visão.
De acordo com o Dr. Gustavo Salomão, médico especialista em oftalmologia pediátrica e professor de Oftalmologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), um método simples e curioso para dar início ao diagnóstico do Glaucoma Congênito é analisar as primeiras fotografias do bebê.
— Em fotos com flash, a pupila dos olhos das pessoas retratadas costumam ficar avermelhados. Esse estado é considerado normal. Porém, quando os dois olhos dos bebês apresentam reflexo amarelado ou esbranquiçado, pode ser sinal da doença. Além disso, a córnea opaca e azulada é o sinal mais antigo e mais comum de glaucoma pediátrico — orienta Salomão.
Sintomas secundários como irritabilidade, lacrimejamento e sensibilidade a luz também devem ser observados de perto, pois, segundo o médico, podem ser sinal de Glaucoma Pediátrico e, se mal interpretados, dificultam o diagnóstico.
Prevenção e tratamento
Levar as crianças ao oftalmologista logo nos primeiros meses de vida e ficar atento a qualquer sinal de alteração dos olhos ou comportamento visual dos filhos ainda são as melhores formas de prevenção.
— Em muitos casos, os pais não conseguem notar que a criança tem um quadro de baixa, leve ou moderada visão ao nascer e só percebem a dificuldade quando a criança se queixa durante a infância.
Nesse período, o caso já pode estar grave, pois é quando ocorre a maturidade das vias ópticas havendo uma pequena chance de recuperação da acuidade visual — comenta o médico.
Caso a doença seja detectada, a cirurgia é indicada para a escoação do humor aquoso e diminuição da pressão intraocular. Em conjunto com o procedimento também pode ser utilizado, o uso de colírios tópicos para ajudar no controle diário da pressão intraocular.
Zero Hora
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