Disponibilizado
Procurada na quinta-feira, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou, em nota, que o medicamento Revilimid (lenalidomida) já estava disponível ao paciente na unidade desde o dia 22 de abril, quando o paciente teria sido informado por telegrama. Oliveira, porém, garante que não sabia que o medicamento que ele aguarda há pelo menos dois meses já estava disponível.
A IMF (Fundação Internacional do Mieloma, na sigla em inglês) estima que há 20 mil novos casos de mieloma múltiplo no mundo anualmente. A lenalidomida é utilizada em cerca de 80 países, mas teve o registro negado pela Anvisa em duas ocasiões (2010 e 2012).
Anvisa receberá novo estudo para análise
A audiência pública realizada em outubro do ano passado para falar sobre os entraves na aprovação da lenalidomida no Brasil já rendeu frutos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) irá receber para análise o estudo sobre o uso da lenalidomida do Centro Cochrane do Brasil.
A lenalidomida já é utilizada em mais de 80 países, incluindo Estados Unidos, Europa e 16 da América Latina. A justificativa da Anvisa para a não aprovação do medicamento no Brasil é a ausência de um estudo comparativo entre a lenalidomida e o bertozomibe, medicamento já liberado e usado no tratamento da doença, que atinge hoje 30 mil pessoas no Brasil e 700 mil no mundo.
No entanto, o hematologista e integrante da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Angelo Maiolino, alega que a fomentação desse estudo seria antiética, pois os dois medicamentos são usados em fases diferentes do tratamento ou até mesmo associados em determinados momentos. “Uma substância não substitui a outra, por isso não há como compará-las”, expõe o especialista, que também é professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O estudo do Centro Cochrane no Brasil é titulado Lenalidomida para o tratamento de mieloma múltiplo em pacientes com tratamento prévio. O Centro Cochrane do Brasil contribui para o aprimoramento da tomada de decisões em Saúde, a partir da medicina baseada em evidências. Para isso, elabora, mantém e divulga gratuitamente revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados, considerados como o melhor nível de evidência para as decisões em Saúde.
Diário do Grande ABC
Nenhum comentário:
Postar um comentário