Stella Dauer
Gear Fit pesa 26 gramas
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O mercado de pulseiras inteligentes, acessórios que monitoram atividades físicas e se comunicam com smartphones, não é novo.
Nomes como Nike Fuel Band, Fitbit e Jawbone Up já são conhecidos de quem pratica esportes e é fã de tecnologia.
Mais recentemente, entretanto, outras empresas de tecnologia resolveram lançar produtos nesta categoria. A aposta da Samsung é a Gear Fit (R$ 900).
De cara, ela se diferencia da concorrência por ter uma tela OLED, usada para mostrar informações como mensagens SMS, horário, dados de clima e, claro, informações relativas à atividade física do usuário. Também devido à tela, a pulseira é maior do que suas concorrentes, mas o tamanho extra traz alguns benefícios exclusivos.
Veja o teste:
A favor:
• Traz diversos sensores que monitoram o corpo;
• Bateria tem boa duração;
• Design caprichado.
Contra:
• Funciona apenas com aparelhos Samsung;
• Funciona apenas com aparelhos Samsung;
• Depende do smartphone para funcionar completamente;
• Caro para o que oferece.
Design e tela
O visual e o tamanho desse tipo de gadget já melhoraram bastante nos últimos anos, mas ainda podem ser aperfeiçoados. Se considerado um relógio inteligente, o Gear Fit é até discreto, mesmo sendo um trambolhinho.
O formato do Gear Fit é o padrão de outras pulseiras inteligentes. O produto tem uma tela em formato de retângulo bem comprido de 5.7 centímetros, com a face preta e emoldurada por um chamativo friso prateado. As laterais são pretas emborrachadas, e trazem apenas um botão e os sulcos para o encaixe do carregador.
Abaixo do Fit, em plástico fosco preto, ficam informações do aparelho, a conexão para carga e a janela dos sensores, sendo um deles o cardíaco. Há um detalhe prateado com o logotipo da Samsung no prendedor da pulseira, que traz 13 furos para se adaptar a diversos tamanhos de pulso.
Stella Dauer
Gear Fit roda sistema proprietário
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Em um pulso de mulher com tamanho mediano como o meu, o Gear Fit fica ligeiramente grande, mas para homens o tamanho cai bem. Muito levinho, com apenas 26 gramas no total, quase não parece que você o carrega consigo. Ele engancha demais em mesas e outras coisas, bate em móveis e outros objetos, mas é confortável.
A tela é muito boa e, mesmo com formato bem distinto, mostrou boa definição e ótimas cores. Seu brilho médio já possibilita boa visibilidade sob o sol, mas em ambientes externos essa mesma configuração pode ficar brilhante demais. Trata-se de um belo display curvo de 1.84 polegadas com tecnologia super AMOLED e definição de 423 x 128 pixels.
A sensibilidade ao toque é suave e precisa, não houve qualquer problema de navegação e interação. A moldura ao redor do display poderia ser bem menor, já que não há necessidade de segurá-lo. A moldura e o friso é que o deixam grandão, e se não fossem eles, o Fit seria muito discreto e ousado.
À prova d’água
Não menos importante, o Gear Fit possui resistência contra poeira e água, então você não precisa tirá-lo do pulso para tomar banho, lavar louça e outras tarefas do dia-a-dia.
O produto possui certificação IP67, o que garante que ele é à prova de líquidos como chuva, suor e outros líquidos em geral, além de poeira e areia. O número 6 atesta uma boa resistência a partículas, e isso significa que ele pode ser utilizado na areia da praia. Já o 7 mostra resistência abaixo d'água, em até um metro por 30 minutos.
Isso não vale para água do mar (que pode corroer alguma coisa ), água muito gelada ou muito quente, mesmo que doce. Você não poderá acionar qualquer função da tela abaixo d'água, pois nessa condição é como se toda a tela estivesse sendo tocada, inviabilizando o seu toque.
Hardware, processamento e armazenamento
Nesses três quesitos há pouco o que se falar, uma vez que não são o foco do aparelho. O sistema do Fit, que não é nem Android e nem Tizen, é leve e precisa de muito pouco para funcionar, e por isso não exige qualquer esforço por parte do hardware.
Posso falar das conexões e de seus sensores, esses sim importantes. O Fit conta com Bluetooth 4.0, conexão que o liga aos dispositivos maiores que o controlam, tais como smartphones e tablets. De sensores temos giroscópio, acelerômetro e monitor cardíaco. Os sensores servem para monitorar atividades físicas, sono, batimentos cardíacos e outros dados do usuário.
O armazenamento não importa, pois não é possível conectar o Fit a um computador, nem inserir arquivos nele. Todo update, configuração e ajustes desse produto são feitos pelo gadget a que estiver conectado.
Sistema e usabilidade
Os sensores fazem o trabalho dele a partir do momento em que você pede para que eles façam isso. As principais interfaces são, então, o Fit, seu app de gerenciamento no smartphone ou tablet e o aplicativo S Health, que reúne e oferece de forma simplificada as informações coletadas pelo gadget.
A tela inicial é simples, e pode ter seu modelo trocado por seis diferentes opções. A que mais me agradou foi a que mostrava as horas juntamente com a previsão do tempo, mas há também as que mostra apenas as horas, horas com agenda, passos percorridos, etc. Há também dez estilos de relógios mais descolados.
Outro método de personalização fica na tela de fundo, com sete opções pré carregadas, 12 cores e possibilidade de carregar imagens da galeria. Depois, para cada lado, há duas janelas que têm espaço para três apps cada. Nos ajustes você pode definir a ordem dos apps, também.
É possível ajeitar os principais ajustes diretamente no relógio, mas o app Gear Fit Manager faz tudo isso e mais, de forma mais completa. Nele você conecta os gadgets, configura as notificações (limite, transmissão inteligente, tela desligada, alertas instantâneos e quais apps podem enviar notificações para o Gear Fit) e escolhe o bloqueio do aparelho pelo Fit.
Você pode editar mensagens de texto (normais, para SMS, ou de recusa, para chamadas) que poderão ser utilizadas como respostas automáticas a chamadas diretamente pelo Fit, uma vez que ele não atende chamadas. Outro ajuste é o de envio de mensagens de socorro: ao apertar três vezes o botão físico do Fit, o aparelho envia sua localização e pede ajuda.
Uma função legal é o Movimento de ativação, pois gastaria muita bateria - além de chamar muita atenção - deixar a tela do Fit sempre ligada. Com essa função ativada, sempre que você levantar o braço no movimento de ver as horas, o relógio (ou a última tela usada) acende a tela. Para isso ficar certinho, você também deve deixar marcado em qual pulso ele será usado.
Quando liguei o Fit pela primeira vez, achei muito mal resolvido o design da interface pois, na horizontal, eu parecia um gato lambendo a pata cada vez que queria conferir as horas. Por sorte, a configuração no relógio permite que você acerte a visualização para a vertical, que fica muito melhor apresentada, por incrível que pareça.
Mais ajustes incluem configurar uma função para o aperto duplo da tecla física (abre algum app, etc. Cuidado para não apertar três vezes e preocupar toda a família), brilho da tela (são seis níveis), senha para acesso, tempo limite da tela, tamanho da fonte das notificações e ajuste de perfil (sexo, data de nascimento, peso, altura e métricas).
O app S Health, também da Samsung, complementa esse conjunto. Apesar de funcionar sem problemas sem o Fit, ele é essencial para que o relógio funcione, uma vez que é ele quem processa e apresenta os dados aferidos em exercícios, sono e frequência cardíaca. Ele permite a conexão com outros apps como o RunKeeper, mas o Fit em si só trabalha com o S Health.
Resumidamente, é super fácil de usar o Fit e seus apps auxiliares. O relógio em si não faz nada sem o aparelho mor, nem ao menos mostra a previsão do tempo.
Plataforma presa à marca
Infelizmente, mesmo sendo muito legal, O Gear Fit está totalmente atrelado à plataforma Samsung. A empresa coreana não abriu sua conexão para smarts e tablets de outras marcas. Assim, se você gostou de um Fit, precisará de um aparelho Samsung, e apenas um seleto grupo da marca é compatível.
Entre eles temos os Galaxys S5, S4, S4 Active, S4 Zoom e S3; Notes 2 e 3, Mega 6.3, S4 Mini, Note 10.1 2014, Note PRO e Tab Pro. A empresa afirma que irá expandir essa lista mas, como vemos, nenhum dispositivo mais barato está nesse rol atual.
Com algumas artimanhas legais, consegui instalar o aplicativo Gear Fit Manager e o S Health em um Motorola Moto X. É possível gerenciar o Fit, realizar ajustes, mas o S Health trava e não se abre, impedindo a captação e avaliação de dados dos sensores, uma das funções mais legais do Fit. Sem isso, ele é praticamente um relógio grandão.
Há bem pouca coisa dentro do Fit, e em nenhum lugar obtive informações sobre a instalação de novos recursos ou aplicativos nele, o que me leva a crer que, ao menos por enquanto, isso não é possível e nem incentivado.
São dez “apps” no total, com duas janelas para cada lado da “home”, sendo quatro de ajustes para um lado e seis de exercícios e monitoramento para o outro.
Temos Notificações, onde você confere SMS, Gmail, Clima e outros apps que surgirem com avisos (você escolhe o que vai aparecer no Fit); Controle de mídia, como o próprio nome diz, serve para interagir com apps de música e vídeo, por exemplo.
Em Buscar dispositivo você pode, ao toque de um botão, fazer soar um barulho em seu aparelho, juntamente com o flash ligado, para que você encontre seu smart ou tablet perdidos pela casa. Não serve para distâncias maiores do que o Bluetooth pode alcançar. Finalmente, em Configurações, você confere o nível da bateria, reinicia o aparelho, gerencia a conexão Bluetooth e tudo o que pode ser feito no aparelho que o controla.
Do outro lado encontramos o medidor de frequência cardíaca, com última medição e histórico; Temporizador, com contagem regressiva; Cronômetro, que mede o tempo que passa; Pedômetro, que mostra o número dos seus passos em um dia, calorias perdidas, histórico, redefinição e ajuste de metas.
Também temos os monitores de sono, que mostra quanto você se mexeu, quantas horas dormiu e seu histórico. O ruim dele é que você precisa entrar no app e ligar o sensor de sono e, quando acordar, ir novamente até o app e desligá-lo. Isso leva a erros, e acaba funcionando bem mal em seu histórico.
O mais importante é o app de Exercícios, onde você escolhe entre Andando, Corrida, Ciclismo e Marchando, além de conferir o histórico. Em cada exercício você pode definir metas de horas, distância e calorias, além de ter sua frequência cardíaca frequentemente medida e, de acordo com o resultado, disponibilizar mensagens de incentivo para que você cumpra suas metas.
Não fica claro, mas é bem provável que a Samsung adicione apps em futuras atualizações, e talvez até permita apps de terceiros em seus smartwatches, como a Sony já permite.
Bateria
Com potência de 210 mAh, a bateria do Fit agradou e mostrou boa duração. Em uso normal diário, sempre conectado ao aparelho, conferindo horas, recebendo notificações e mais alguns usos esparsos, o Fit ficou mais de seis dias longe da tomada, dá para se despreocupar.
Com uso mais pesado, monitorando sono e exercícios, são dois dias sem precisar recarregar. O bom é que ele avisa que a bateria está baixa bem antes que seja realmente urgente recarregá-lo, e assim dá tempo de terminar a corrida, chegar em casa e checar a hora diversas vezes antes de tirá-lo do seu braço.
O que vem na caixa
Na nem tão pequena caixa do Gear Fit encontramos o aparelho com sua pulseira, carregador com fio, conector para carga e manual rápido. Esse conector só existe por falta de espaço. Além de garantir que a conexão de carga do Fit seja à prova d’água sem precisar de tampinhas protetoras, faz com que o aparelho não aumente em tamanho para acomodar uma conexão micro USB. É um conector prático, mas que pode facilmente se perder por aí, uma vez que é bem pequeno.
Para quem é
Pulseiras e relógios inteligentes, para a maior parte das pessoas, ainda são mais um luxo do que uma necessidade. Levando em conta o alto preço no Brasil, muitos vão considerá-lo um acessório caro e dispensável. Realmente, par ao usuário comum, não terá muito uso, pois estamos praticamente sempre grudados em nossos aparelhos, tornando as notificações supérfluas.
Entretanto, para quem pratica esportes ou tem alguma preocupação com o que seu corpo pode estar querendo te dizer, pode ser uma boa ideia. Já temos diversos dispositivos de tracking lançados no exterior, e muitos apps conseguem usar os sensores dos aparelhos para medir quase as mesmas coisas. Mas o Fit faz isso com mais precisão, e está realmente colado ao usuário, servindo apenas para o uso do monitoramento de dados.
É útil para encontrar seu smartphone ou tablet perdidos pela casa ou trabalho, monitora a qualidade do sono e mantém você alerta quanto a seus batimentos cardíacos. De quebra, ainda informa sobre a previsão do tempo (mais útil do que eu pensava), horas, novos emails e SMS e permite respostas rápidas. Seu maior defeito, fora o preço, é ser compatível apenas com aparelhos Samsung, e nem todos eles.
Ficha técnica
Samsung Galaxy Gear Fit SM-R350
Preço: R$ 900
Configuração: tela de 1.84 polegada com resolução de 423 x 128 pixels, Bluetooth 4.0
Dimensões: 5.7 x 2.3 x 1.1 cm
Peso: 26 g
Autonomia de bateria: Até 144 horas
Itens inclusos: Gear Fit, adaptador para carga, carregador com fio, manual de instruções
Configuração: tela de 1.84 polegada com resolução de 423 x 128 pixels, Bluetooth 4.0
Dimensões: 5.7 x 2.3 x 1.1 cm
Peso: 26 g
Autonomia de bateria: Até 144 horas
Itens inclusos: Gear Fit, adaptador para carga, carregador com fio, manual de instruções
iG
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