Foto: Reprodução A primeira recomendação é que, no último trimestre da gravidez, a gestante não dirija |
Dirigir de forma segura e responsável é compromisso de todos os que utilizam um veículo automotor. Quando se é motorista e gestante, a importância dobra, literalmente. A primeira recomendação é que, no último trimestre da gravidez, a gestante não dirija. Se possível, é claro.
O obstetra do hospital Mãe de Deus, Sérgio Martins Costa, lembra que, pelo fato de a barriga já estar grande nesse período, em caso de colisão o bebê é o primeiro a ser atingido. O impacto entre dois carros, por mais leve que seja, movimenta o bebê na barriga e pressiona os órgãos internos da gestante, podendo resultar em hemorragias ou traumas. O uso de veículos com airbag, portanto, pode ajudar na proteção da mãe e do filho. Além disso, nos três últimos meses, as grávidas estão mais sujeitas a ocorrências de hipoglicemia, mal súbito e sangramentos.
Em geral, os enjoos, comuns no início da gestação não restringem as atividades diárias, nem mesmo a direção. A menos que ela sofra de um distúrbio chamado hiperêmese gravídica, que se caracteriza por excesso de enjoos acompanhados de vômitos e mal estar. Aí, o ideal é que as grávidas procurem o médico e façam repouso. Se você está grávida e precisa dirigir, usar o cinto de segurança é ainda mais importante. Estudos americanos indicam que a mortalidade de gestantes em casos de acidentes cai de 35% para 5% entre as que utilizam o equipamento.
Médicos socorristas também precisam ter um cuidado especial no atendimento de uma gestante envolvida em um acidente. Caso tenha havido algum trauma no abdômen, a paciente deve ser encaminhada imediatamente a uma maternidade. Mesmo que ela se sinta bem, o trauma pode levar a uma ruptura da placenta. Por isso, deve-se monitorar os batimentos cardíacos do feto, entre 24 e 48 horas após o acidente.
Na ativa e no volante
A dentista Ana Maria Herrmann, 38 anos, está grávida de sete meses e meio e, apesar do estágio avançado da gestação, ainda não ganhou um ultimato da médica para deixar de dirigir. E ela precisa estar ao volante: tem dois empregos, em locais diferentes da Capital.
— Nos últimos meses, tenho sentido muita dor nas costas. Então, fico com o banco bem reto, coisa que eu não fazia antes, para poder respirar bem. A hidroginástica também me ajuda — afirmou Ana Maria, que faz questão de usar o cinto de segurança de forma adequada.
A maior dificuldade que o barrigão que carrega o garoto Rafael, impõe à dentista no trânsito é o ato de estacionar.
— Como a mobilidade fica um pouco reduzida, estacionar exige um esforço maior. Um dia desses, estacionei na lomba da Mostardeiro com a Coronel Bordini e, na hora de puxar o freio de mão, foi bem difícil — contou a dentista.
Ana Maria sabe que, em breve, terá que diminuir o ritmo. Enquanto esse momento não chega, segue trabalhando e dirigindo:
— Vou parar quando a médica disser. Mas ainda estou me sentindo bem de uma forma geral, apesar do peso.
Cuidados ao dirigir
— Entre o tórax da motorista e o volante deve existir uma distância de, no mínimo, 25 centímetros, e as costas devem ficar bem apoiadas no encosto do banco.
— Ao afastar o banco como medida de precaução, a motorista deve garantir o acesso fácil e confortável aos pedais.
— Deve-se manter velocidade reduzida e distância para o veículo da frente.
— Alguns automóveis possuem regulagem do volante, que deve ser ajustado para uma posição confortável, tanto na altura quanto na profundidade.
— Ao sentir enjoo, tontura, câimbra ou dores, a gestante deve parar e pedir ajuda.
O que não fazer
— A gestante não deve dirigir cansada, pois o cansaço interfere nas respostas aos estímulos do trânsito.
— No primeiro trimestre da gravidez, é comum a ocorrência de enjoos e sonolência. Ao sentir esses sintomas, o ideal é não dirigir, pois eles podem interferir na capacidade de percepção do ambiente.
— É comum, em determinadas fases da gravidez, a mulher ficar um pouco mais dispersa em relação a atividades diárias, já que seu foco principal é o bebê. Caso a gestante esteja passando por isso, ela deve buscar alternativas para se deslocar que não sejam o próprio veículo.
Cinto de segurança, o jeito certo
A faixa transversal deve ser colocada sobre as pernas, próximo aos ossos da bacia, e não deve passar pela barriga, sob o risco de comprimi-la. A parte diagonal deve ser posicionada sobre o tórax, entre as mamas, para que o abdômen fique livre. Caso contrário, na eventualidade de um acidente, pode ocorrer uma lesão provocada pelo próprio cinto de segurança, aumentando o risco de descolamento da placenta.
A faixa transversal deve ser colocada sobre as pernas, próximo aos ossos da bacia, e não deve passar pela barriga, sob o risco de comprimi-la. A parte diagonal deve ser posicionada sobre o tórax, entre as mamas, para que o abdômen fique livre. Caso contrário, na eventualidade de um acidente, pode ocorrer uma lesão provocada pelo próprio cinto de segurança, aumentando o risco de descolamento da placenta.
Dicas
Na carona
Gestante viajando no banco traseiro não deve utilizar o cinto do tipo abdominal, encontrado no assento central na maioria dos automóveis. Ela deve optar pelo assento com cinto de três pontos, semelhante ao do motorista.
Gestante viajando no banco traseiro não deve utilizar o cinto do tipo abdominal, encontrado no assento central na maioria dos automóveis. Ela deve optar pelo assento com cinto de três pontos, semelhante ao do motorista.
Alongue-se
Você está grávida e passou horas do seu dia presa em um congestionamento? Para aliviar o desconforto, ao chegar em casa ou no trabalho, faça alongamentos. Com atenção especial para as costas, pernas e abdômen. Um fisioterapeuta ou educador físico podem orientá-la.
Zero Hora
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