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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Saiba quais cuidados as gestantes devem ter para dirigir com segurança

Foto: Reprodução
A primeira recomendação é que, no último trimestre da gravidez,
a gestante não dirija
Direção pode não ser recomendada principalmente a partir do último trimestre da gravidez
 
Dirigir de forma segura e responsável é compromisso de todos os que utilizam um veículo automotor. Quando se é motorista e gestante, a importância dobra, literalmente. A primeira recomendação é que, no último trimestre da gravidez, a gestante não dirija. Se possível, é claro.
 
O obstetra do hospital Mãe de Deus, Sérgio Martins Costa, lembra que, pelo fato de a barriga já estar grande nesse período, em caso de colisão o bebê é o primeiro a ser atingido. O impacto entre dois carros, por mais leve que seja, movimenta o bebê na barriga e pressiona os órgãos internos da gestante, podendo resultar em hemorragias ou traumas. O uso de veículos com airbag, portanto, pode ajudar na proteção da mãe e do filho. Além disso, nos três últimos meses, as grávidas estão mais sujeitas a ocorrências de hipoglicemia, mal súbito e sangramentos.
 
Em geral, os enjoos, comuns no início da gestação não restringem as atividades diárias, nem mesmo a direção. A menos que ela sofra de um distúrbio chamado hiperêmese gravídica, que se caracteriza por excesso de enjoos acompanhados de vômitos e mal estar. Aí, o ideal é que as grávidas procurem o médico e façam repouso. Se você está grávida e precisa dirigir, usar o cinto de segurança é ainda mais importante. Estudos americanos indicam que a mortalidade de gestantes em casos de acidentes cai de 35% para 5% entre as que utilizam o equipamento.
 
Médicos socorristas também precisam ter um cuidado especial no atendimento de uma gestante envolvida em um acidente. Caso tenha havido algum trauma no abdômen, a paciente deve ser encaminhada imediatamente a uma maternidade. Mesmo que ela se sinta bem, o trauma pode levar a uma ruptura da placenta. Por isso, deve-se monitorar os batimentos cardíacos do feto, entre 24 e 48 horas após o acidente.
 
Na ativa e no volante
A dentista Ana Maria Herrmann, 38 anos, está grávida de sete meses e meio e, apesar do estágio avançado da gestação, ainda não ganhou um ultimato da médica para deixar de dirigir. E ela precisa estar ao volante: tem dois empregos, em locais diferentes da Capital.
 
— Nos últimos meses, tenho sentido muita dor nas costas. Então, fico com o banco bem reto, coisa que eu não fazia antes, para poder respirar bem. A hidroginástica também me ajuda — afirmou Ana Maria, que faz questão de usar o cinto de segurança de forma adequada.
 
A maior dificuldade que o barrigão que carrega o garoto Rafael, impõe à dentista no trânsito é o ato de estacionar.
 
— Como a mobilidade fica um pouco reduzida, estacionar exige um esforço maior. Um dia desses, estacionei na lomba da Mostardeiro com a Coronel Bordini e, na hora de puxar o freio de mão, foi bem difícil — contou a dentista.
 
Ana Maria sabe que, em breve, terá que diminuir o ritmo. Enquanto esse momento não chega, segue trabalhando e dirigindo:
 
— Vou parar quando a médica disser. Mas ainda estou me sentindo bem de uma forma geral, apesar do peso.
 
Cuidados ao dirigir
— Entre o tórax da motorista e o volante deve existir uma distância de, no mínimo, 25 centímetros, e as costas devem ficar bem apoiadas no encosto do banco.
 
— Ao afastar o banco como medida de precaução, a motorista deve garantir o acesso fácil e confortável aos pedais.
 
— Deve-se manter velocidade reduzida e distância para o veículo da frente.
 
— Alguns automóveis possuem regulagem do volante, que deve ser ajustado para uma posição confortável, tanto na altura quanto na profundidade.
 
— Ao sentir enjoo, tontura, câimbra ou dores, a gestante deve parar e pedir ajuda.
 
O que não fazer
— A gestante não deve dirigir cansada, pois o cansaço interfere nas respostas aos estímulos do trânsito.
 
— No primeiro trimestre da gravidez, é comum a ocorrência de enjoos e sonolência. Ao sentir esses sintomas, o ideal é não dirigir, pois eles podem interferir na capacidade de percepção do ambiente.
 
— É comum, em determinadas fases da gravidez, a mulher ficar um pouco mais dispersa em relação a atividades diárias, já que seu foco principal é o bebê. Caso a gestante esteja passando por isso, ela deve buscar alternativas para se deslocar que não sejam o próprio veículo.
 
Cinto de segurança, o jeito certo
A faixa transversal deve ser colocada sobre as pernas, próximo aos ossos da bacia, e não deve passar pela barriga, sob o risco de comprimi-la. A parte diagonal deve ser posicionada sobre o tórax, entre as mamas, para que o abdômen fique livre. Caso contrário, na eventualidade de um acidente, pode ocorrer uma lesão provocada pelo próprio cinto de segurança, aumentando o risco de descolamento da placenta.
 
Dicas
 
Na carona
Gestante viajando no banco traseiro não deve utilizar o cinto do tipo abdominal, encontrado no assento central na maioria dos automóveis. Ela deve optar pelo assento com cinto de três pontos, semelhante ao do motorista.
 
Alongue-se
Você está grávida e passou horas do seu dia presa em um congestionamento? Para aliviar o desconforto, ao chegar em casa ou no trabalho, faça alongamentos. Com atenção especial para as costas, pernas e abdômen. Um fisioterapeuta ou educador físico podem orientá-la.
 
Zero Hora

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