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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Dormir bem após estudar favorece o aprendizado

Dormir bem após estudar favorece o aprendizado Stock Photos/Divulgação
Foto: Stock Photos / Divulgação
Sono fortalece as conexões entre neurônios e melhora a memória
 
Em estudo publicado na revista Science, pesquisadores da NYU Langone Medical Center mostram, pela primeira vez, que dormir depois do aprendizado estimula o crescimento de espinhas dendríticas, as pequenas saliências de células cerebrais que se conectam umas as outras e facilitam a passagem de informação através das sinapses. Além disso, a atividade dos neurônios durante o sono profundo após o estudo é essencial para o crescimento.
 
Os resultados, em camundongos, disponibilizaram evidência física importante em apoio à hipótese de que o sono ajuda a consolidar e fortalecer novas informações adquiridas, e revela, pela primeira vez, como o aprendizado e o sono causam mudanças físicas no córtex motor, região do cérebro responsável por movimentos voluntários.
 
— Há muito tempo sabemos que o sono desempenha um papel importante na aprendizagem e na memória. Se você não dorme bem, você não vai aprender. Mas o qual é o mecanismo físico responsável por esse fenômeno? Aqui, nós mostramos como o sono ajuda os neurônios a formar conexões muito específicas que podem facilitar a memória de longo prazo — explica Wen Biao-Gan, professor de neurociência e fisiologia e membro do Instituto Skirball de Medicina Biomolecular da universidade.
 
Para clarificar esse processo, Gan e seus colegas utilizaram camundongos geneticamente modificados para expressar uma proteína fluorescente nos neurônios. Usando um microscópio de varredura a laser especial que ilumina as proteínas fluorescentes brilhantes no córtex motor, os cientistas foram capazes de rastrear e visualizar o crescimento de espinhas dendríticas ao longo dos ramos individuais de dendritos antes e depois dos ratos terem aprendido a se equilibrar em uma vara. Com o tempo, as cobaias se habituaram à tarefa.
 
— É como aprender a andar de bicicleta. Uma vez que você aprende, você nunca esquece — afirma o professor
 
Depois de verificar que nos ratos, de fato, brotavam novas espinhas dendríticas ao longo dos ramos, dentro de seis horas após o treinamento na haste, os investigadores tentaram entender como o sono impactaria no crescimento físico. Eles treinaram dois grupos de camundongos: o primeiro foi submetido à atividade na vara por uma hora e, em seguida, dormiu durante 7 horas; o segundo, submetido para o mesmo período de tempo na haste, mas ficou acordado durante 7 horas.
 
Os cientistas descobriram que os ratos privados de sono experimentaram significativamente um menor crescimento das espinhas dendríticas do que aqueles que descansaram. Além disso, eles descobriram que o tipo de tarefa que aprenderam determinou quais ramos das espinhas iria crescer.
 
— Agora sabemos que quando aprendemos algo novo, um neurônio vai realizar novas conexões em um ramo específico. Imagine uma árvore onde crescem folhas (as espinhas) em um ramo, mas não em outro. Quando adicionamos novas informações, é como se estivessem brotando folhas em um ramo específico— esclarece Gan.
 
Por último, a equipe mostrou que os neurônios no córtex motor que são ativados quando os ratos aprendem uma tarefa são reativados durante o sono. Perturbar este processo, eles descobriram, impede o crescimento das espinhas dendríticas.
 
— Nossos dados sugerem que a reativação neuronal durante o sono é muito importante para o crescimento de conexões específicas dentro do córtex motor — conclui o pesquisador.
 
Zero Hora

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