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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Vacina por via nasal dispensa uso de agulha

http://cievsrio.files.wordpress.com/2014/01/nasal-spray1.jpgPesquisa brasileira comprovou a viabilidade do uso do polímero de quitosana na produção de vacinas que dispensam agulhas para sua aplicação

O polímero reveste o antígeno da vacina, garantindo sua absorção pelo organismo ao ser aplicada por via nasal. O método foi testado com êxito em camundongos e precisará de novos estudos para ser adotado em seres humanos.

A pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP desenvolveu uma nova forma de imunização a partir da vacina contra a hepatite B. disponível no Instituto Butantã.

“A ideia era criar um modelo que pudesse ser adaptado para outras vacinas”, diz o biólogo Jony Takao Yoshida, que realizou a pesquisa.

Técnica
Na produção da vacina foi empregada 3 quitosana. polímero produzido a partir da quitina.”Essa substancia é encontrada em artrópodes, como o camarão e o caranguejo”. conta o biólogo. A quitosana envolve o antígeno da vacina, que pode ser uma proteína ou um vírus.

“Quando é feita a vacinação. o polímero gruda nas vias nasais, o que permite a absorção do antígeno pelo organismo e o desenvolvimento de anticorpos”.

A quitosana impede que a vacina seja expelida pelo organismo por meio de espirros após a aplicação. “A vacina também não é engolida com a renovação do muco nasal, evitando que seja destruída pelos ácidos do estômago”, afirma Yoshida. “Testes realizados com camundongos mostraram que é possível imunizar por via nasal com o uso da quitosana”.

Os experimentos em animais também demonstraram que o polímero pode se unir a qualquer outro tipo de proteína. “Desse modo, podem ser usados antígenos de ou-t ras doenças”, diz o biólogo. “A vacina poderá ser aplicada por meio de spray ou nebulização”. Aplicação

Segundo Yoshida. a principal vantagem da imunização por via nasal é dispensar o uso de agulhas para realizar a imunização. “Muitas pessoas têm medo de tomar injeção. O novo método aumentaria a adesão e a eficácia da vacinação junto à população”, ressalta.

“A eliminação das agulhas também reduziria os riscos de contaminação entre os profissionais de saúde”.

Para que a vacina possa ser usada em seres humanos, serão necessários novos estudos. “A pesquisa comprovou que o método é viável. No entanto. é preciso realizar testes imunológicos e clínicos, primeiro em animais e depois em seres humanos, para verificar se não há efeitos colaterais”, observa o biólogo.

Padronização
“Apesar do baixo custo da matéria-prima do polímero, há necessidade de padronização e controle de qualidade para verificara viabilidade da produção industrial”.

As novas pesquisas também definirão a dosagem e a quantidade de imunizações necessárias por via nasal. “Nos Estados Unidos, foi aprovada uma vacina contra a influenza que se utiliza do spray nasal como via de imunização. e há muitas pesquisas sobre esse tipo de imunização” diz o biólogo.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 120.343 casos de hepatite B por ano entre 1999 e 2011, com uma média de 14 mil novos casos e 500 mortes por ano.

O estudo foi descrito cm dissertação de mestrado. O trabalho foi orientado pelo professor Marco Antônio Stephano. da FCF.

CRF MG

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