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sábado, 26 de julho de 2014

Gravidez e obesidade: saiba por que essas são situações incompatíveis

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Sergey Poluyan/Dreamstime
Gravidez e obesidade: saiba por que essas são situações incompatíveis
Quem está acima do peso e quer engravidar deve receber orientação para não colocar a sua saúde e a do bebê em perigo 

A gravidez, ou o desejo de engravidar, quase sempre motiva mulheres a se cuidarem mais: elas param de fumar, por exemplo, ou comem alimentos mais nutritivos. Só que agora muitas vêm se deparando com uma questão cada vez mais comum: a obesidade, que afeta 36% das que estão em idade fértil. Além de impossibilitar a concepção, o problema — que atinge aquelas cujo índice de massa corporal (IMC) ultrapassa 30 — está ligado a uma série de dificuldades durante a gravidez, o parto e o nascimento. Entre elas, estão a diabetes gestacional, a hipertensão, a pré-eclampsia e até o aborto espontâneo, entre outros. 

Além disso, os filhos de obesas têm mais probabilidades de ter defeitos congênitos e correm maiores riscos de morrer durante o nascimento ou logo depois dele. Os que sobrevivem têm, ainda, grandes chances de desenvolver hipertensão e obesidade.

Sem dúvida, a maior parte dos bebês nascidos de mães acima do peso é saudável; entretanto, uma análise recém-publicada de 38 estudos descobriu que mesmo um aumento discreto de peso na fase pré-gravidez eleva os riscos de morte do feto ou da criança depois de nascida.

Saber como tratar mulheres com problema de peso é essencial
Embora algumas pessoas consigam perder até 45 kg e manter o peso sem apelar para a cirurgia, a maioria diz que já tentou de tudo e que nada funcionou. 

— Boa parte das obesas não come em excesso, nem consome alimentos errados de propósito. Os obstetras deveriam abordar o problema, não simplesmente abandoná-las por achar que estão fazendo algo errado — diz Sigal Klipstein, presidente do comitê de ética do Colégio Norte-Americano de Obstetrícia e Ginecologia.

Sigal afirma que, pela sua experiência, as que perdem alguns quilos são as mais motivadas e que seguem uma dieta restritiva:

— Muitas não conseguem, mesmo estando doidas para engravidar e ter uma gravidez saudável. Essa é a nova realidade e os obstetras têm que ter consciência dela — diz a médica.

Fugindo da culpa
O relatório do comitê de ética norte-americano enfatiza que "as obesas não devem ser consideradas diferentes de outras pacientes que necessitam de cuidados especiais ou enfrentam riscos de adversidades médicas". Acrescenta também que elas devem ser tratadas de forma imparcial e classifica de "pouco ético" o médico que recusar cuidados, mesmo tendo capacidade para tal, "simplesmente porque a paciente é obesa".

Os obstetras devem discutir os riscos associados ao excesso de peso com as pacientes e "evitar culpá-las pelo problema", prossegue o documento. 

Conforme os especialistas, qualquer médico que se considerar incapaz de oferecer um tratamento eficiente à paciente obesa deve procurar ajuda ou mandá-la para outro médico.

O estudo observa, ainda, que os níveis de obesidade são mais altos entre mulheres de status socioeconômico mais baixo, sendo que muitas não possuem acesso a opções de alimentos saudáveis nem oportunidades de se exercitar, o que ajudaria a manter o peso sob controle.

Zero Hora

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