Entre as possíveis complicações está a incontinência urinária
Washington - Um novo estudo de pesquisadores do Sistema de Saúde da
Universidade Loyola (LUHS) trouxe um alerta para as mulheres triatletas:
elas correm risco de apresentar distúrbios do assoalho pélvico,
diminuição da energia, irregularidades menstruais e densidade óssea
anormal. Esses dados foram apresentados no Encontro Científico da
Sociedade Uroginecológica Americana, em Washington, DC.
Foto: Rusell Cheyne / Reuters - Uma em cada quatro entrevistadas tinham um componente da tríade da mulher atleta (osteoporose, distúrbios menstruais e transtornos alimentares) |
O estudo
constatou que uma em cada três triatletas sofre de algum distúrbio do
assoalho pélvico, como incontinência urinária, incontinência intestinal e
prolapso de órgãos pélvicos. Já uma em cada quatro tinha um componente
da tríade da mulher atleta, uma condição caracterizada por diminuição da
energia, irregularidades menstruais e densidade óssea anormal
decorrente de exercícios excessivos e alimentação inadequada.
- Há
um aumento na popularidade dos esportes de alto impacto, como triátlon,
mas pouco se sabe até agora sobre o estado da saúde pélvica e alguns
outros problemas associados com o treinamento e os exercícios de
resistência - afirma o investigador do estudo e fisiatra Colleen
Fitzgerald.
Um total de 311 mulheres na faixa etária média de
35-44 foram entrevistadas para o estudo. Essas mulheres estavam
participando de grupos de triatletas, e a maioria (82%) estava treinando
para um triátlon no momento da pesquisa. Em média, as respondentes
corriam 3,7 dias por semana, pedalavam 2,9 dias por semana e nadavam 2,4
dias por semana.
Daquelas que relataram sintomas do transtorno do
assoalho pélvico, 16% tinham incontinência urinária de urgência, 37,4%
tinham incontinência urinária de esforço, 28% tinham incontinência
intestinal e 5% tinham prolapso de órgãos pélvicos, caracterizado pelo
desequilíbrio de forças e alterações nas estruturas que mantém os órgãos
situados normalmente. Os sintomas do distúrbio não foram associados com
a quilometragem e a intensidade do treino. A triagem foi positiva para
transtornos alimentares em 22% das mulheres, já 24% tinham
irregularidades menstruais, e 29% demonstraram força óssea anormal.
O
uroginecologista e responsável pelo estudo, Johnny Yi, explicou que,
apesar de ambos os transtornos do assoalho pélvico e da tríade da mulher
atleta serem predominantes ligados ao sexo feminino, eles são
ignorados. "Os médicos devem estar cientes de como essas condições são
comuns nesse grupo de atletas e tratar as pacientes adequadamente para
evitar consequências para a saúde a longo prazo", afirmou.
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