Divulgação/Duke University - Software
analiza imagens de testes e faz
a triagem de sintomas de autismo
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Um software criado por pesquisadores brasileiros e
americanos pode contribuir para a triagem mais apurada de sintomas de
autismo. O grupo desenvolveu um algoritmo para analisar e mensurar as
imagens em vídeo de crianças executando testes de detecção de autismo. O
resultado é uma ferramenta que auxilia pais e professores a triar
sintomas a partir de marcadores comportamentais do autismo, como modo de
caminhar e movimentar a cabeça.
De
acordo com Guillermo Sapiro, da Universidade de Duke, nos EUA, a ideia
não é substituir o trabalho de profissionais de saúde, mas dar uma
ferramenta que possibilite que sintomas sejam triados em casas e nas
escolas. "O objetivo é ajudar as famílias e cuidadores sobre a potencial
necessidade de a criança ser avaliada por um especialista. Como o
diagnóstico demora em média quatro anos nos EUA, devido em parte ao
limitado acesso aos especialistas, a triagem precoce é muito
importante", disse Sapiro.
Numa
análise das gravação de vídeos das sessões de avaliação, o software
mede a atenção visual de crianças. Estudos mostram que muitas crianças
com transtorno do espectro autista apresentam marcadores comportamentais
como dificuldade de olhar nos olhos já nos primeiro ano de vida.
Em
um teste, a atenção da criança é atraída para um brinquedo que então é
balançado para o lado esquerdo e depois direcionado para o lado direito.
Normalmente, os médicos contam quanto tempo leva para mudar a atenção
da criança em resposta ao estímulo de mudança. No último teste, um
médico rola uma bola para uma criança e procura o contato de olho
depois.
O resultado da triagem pelo método de avaliação
automatizada foi o mesmo que o de especialista em 90% dos testes. Isso
baseado em 12 crianças entre 5 e 18 meses de idade. O estudo foi
publicado no periódico científico Autism Research and Treatment. A equipe afirma que após o software ser validado, o objetivo é torna-lo amplamente disponível, o que deve ocorrer em breve.
A
médica Carla Gikovate, que não participou da pesquisa, vê com bons
olhos a nova ferramenta. “Para quem não tem o domínio da sutileza do
autismo é muito interessante. O importante é que escola, pais e
pediatras se atentem para o autismo até porque vamos combinar que ele
não é raro, acomete 1% da população”, disse.
O diagnóstico do
autismo é baseado no relato dos pais e na observação dos profissionais
de saúde, já que não existem marcadores biológicos que definam o quadro.
Alguns exames laboratoriais podem permitir a compreensão de fatores
associados a ele, mas ainda assim o diagnóstico do autismo é clínico. “ O
que vejo no meu consultório é que muitos pais pesquisam na internet e
já chegam com a triagem feita. O diferencial do programa é que é com um
software”, diz.
iG
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