Credit: Council on Foreign Relations |
De fato, depois de décadas vacinando nossas crianças, muitas doenças
se tornaram difíceis de pegar, e sumiu da memória coletiva o aspecto
terrível e as consequências horrorosas das mesmas.
Consequência disso e da ignorâcia
de alguns que acreditam em e espalhando mentiras, muitos pais se
manifestaram contra a vacinação de seus filhos – o que prejudica o mundo
todo.
Por conta disso, muitas doenças que já estavam controladas estão
começando a retornar. O Conselho de Relações Estrangeiras dos Estados
Unidos criou um mapa interativo mostrando o resultado catastrófico
destas escolhas equivocadas.
No mapa, pode-se ver de surtos de sarampo (vermelho), caxumba (marrom), rubéola (azul), poliomielite (laranja) e coqueluche
ou “tosse comprida” (verde), no período de 2008 a 2014. Amarelo
representa outras doenças. Todas estas doenças podem ser evitadas com a
vacinação.
O CDC, Centro de Controle de Doenças dos EUA, estima que 164 mil
pessoas em todo mundo vão morrer de sarampo a cada ano, que está
passando por um grande ressurgimento no Reino Unido. Nos Estados Unidos,
é a coqueluche que tem tido um aumento drástico, causando cerca de 195
mil mortes por ano. A maioria dessas mortes ocorrem em regiões pobres,
com muito pouco acesso às vacinas, com exceção dos EUA ou o Reino Unido,
onde estes surtos não deveriam estar acontecendo.
E como esta insanidade começou.
Um aproveitador, uma celebridade cabeça-oca, um filho doente
Em 1998, para promover sua própria indústria farmacêutica, Andrew Wakefield conseguiu publicar um trabalho alegando que havia uma ligação entre a vacina tríplice e o aumento nos relatos de casos de autismo.
O estudo foi acompanhado de polêmica científica, por que nenhum outro
cientista conseguiu ver a mesma ligação nos anos seguintes, até que o
conflito de interesses de Wakefield se tornou conhecido.
Em 2010, uma comissão de ética descobriu que ele havia falsificado os
dados em seu trabalho, causando uma retirada imediata do produto do
mercado e cassação de sua licença de médico. Apesar da maioria dos
cientistas rejeitarem as “descobertas” de Wakefield logo de início,
alguns se mostraram ansiosos para juntarem-se ao rebanho antivacinação.
Entre as pessoas que começaram a liderar os ataques contra as
vacinas, encontra-se Jenny McCarthy, a ex-coelhinha da Playboy que se
tornou defensora da pseudociência antivacinação.
Ela começou a fazer discursos contra as vacinas em 2007, acusando-as de
causarem autismo no filho dela. Entretanto, baseado nos sintomas do
menino, muitos acreditam que ele tenha a síndrome de Landau-Kleffner,
uma doença rara de causa desconhecida que às vezes é confundida com autismo.
Para juntar o insulto à injúria, ela escreveu alguns livros alegando
que as vacinas causam autismo e que ela curara o “autismo” do filho com tratamentos alternativos, obviamente sem nunca mostrar nenhuma prova do que afirmava.
Mesmo depois de ficar claro que o menino havia sido diagnosticado erroneamente ,
e que não há qualquer evidência de que as vacinas causem autismo, ela
não mudou de opinião. E como tem gente que prefere ouvir uma celebridade
do que um cientista, o estrago foi feito.
Obviamente, tudo na vida tem seus riscos, e as vacinas não são
diferentes – elas têm seus raros efeitos colaterais. Algumas pessoas não
podem ser vacinadas por ter alergia ou alguma condição médica que
compromete o sistema imunológico,
mas isto faz com que seja mais importante ainda que todo mundo que pode
seja vacinado, criando uma rede de proteção em torno destas pessoas que
não podem ser vacinadas ou daquelas nas quais a vacina não foi tão eficaz.
O mapa completo pode ser visto aqui.
Dá para ver a diferença entre os países onde os pais podem recusar
vacinar seus filhos sem dar justificativa alguma, e onde a vacinação é
obrigatória, “violando” os “direitos individuais” das pessoas.
Hypescience
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