Vivendo cada vez mais, pessoas contaminadas com o vírus precisam que famílias e médicos sejam mais preparados para enfrentar estigmas e preconceitos, diz pesquisadora
As famílias
dos pacientes infectados pelo HIV precisam de mais atenção dos gestores
que cuidam das políticas públicas para tratamento da AIDS. Mesmo com a
doença considerada “estabilizada” pelo Ministério da Saúde e a vida cada
vez mais longa dessas pessoas, a AIDS ainda carrega estigma e
preconceitos, que têm de ser enfrentados.
A opinião é da pesquisadora Cíntia Yuri, que elaborou o estudo Sentidos atribuídos por adultos com HIV/AIDS à doença e ao cuidado que recebem de familiares na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, as dificuldades em lidar com a doença começam ainda no consultório médico.
Ela aponta no estudo um despreparo dos profissionais da saúde na comunicação do diagnóstico positivo para o HIV, por exemplo. Cíntia acredita que a formação acadêmica desses profissionais peca ao não oferecer o desenvolvimento de habilidades para lidar com questões subjetivas, como o estado emocional dos pacientes, e a sexualidade, ponto importante no que diz respeito às formas de contágio da doença.
As dificuldades em lidar com esses temas, diz a pesquisadora, fazem com que crenças equivocadas sobre a doença continuem persistentes entre a população. A sugestão de Cíntia é que os profissionais estejam atentos para identificar fontes de apoio na família, figuras que tenham importância para o paciente e possam receber informações junto com ele.
“Hoje, a AIDS é uma doença controlada, se tornando uma doença crônica, que exige cuidados ao longo da vida e é a família quem vai ter cuidado mais próximo. As famílias estão inseridas em todo o processo, ela está inserida no mesmo contexto de vulnerabilidade social que os pacientes, adoecem junto com eles”, afirma Cíntia.
Mais convivência, menos preconceito
Para a pesquisadora, as vivências dos pacientes ajudam a quebrar estigmas e preconceitos. “Os resultados demonstraram que a vivência próxima e prolongada com pessoas com AIDS ajuda a desconstruir a doença como morte, minimizando o medo da perda do portador por familiares”, conta. Os profissionais de saúde, ela diz, poderiam ajudar mais nesse sentido.
A formação e a atuação desses profissionais, segundo ela, ainda ficam pautadas em aspectos técnicos. Na opinião de Cíntia, as políticas públicas que focam na prevenção da doença precisam ser mais efetivas e educativas. O medo do contágio por HIV é recorrente entre os familiares, por exemplo, porque a população ainda não conhece bem as vias de transmissão.
“As políticas públicas precisam repensar as formas de comunicação, investir em informações para as famílias e na formação dos profissionais de saúde para lidar questões subjetivas”, diz.
De acordo com o Ministério da Saúde, são detectados cerca de 39 mil casos novos da doença por ano e o tratamento com medicamentos antirretrovirais atende a 340 mil pessoas no Sistema Único de Saúde (SUS). O índice de mortalidade caiu de 6,4 casos por cada 100 mil habitantes, em 2003, para 5,5 por 100 mil habitantes em 2012.
A opinião é da pesquisadora Cíntia Yuri, que elaborou o estudo Sentidos atribuídos por adultos com HIV/AIDS à doença e ao cuidado que recebem de familiares na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, as dificuldades em lidar com a doença começam ainda no consultório médico.
Ela aponta no estudo um despreparo dos profissionais da saúde na comunicação do diagnóstico positivo para o HIV, por exemplo. Cíntia acredita que a formação acadêmica desses profissionais peca ao não oferecer o desenvolvimento de habilidades para lidar com questões subjetivas, como o estado emocional dos pacientes, e a sexualidade, ponto importante no que diz respeito às formas de contágio da doença.
As dificuldades em lidar com esses temas, diz a pesquisadora, fazem com que crenças equivocadas sobre a doença continuem persistentes entre a população. A sugestão de Cíntia é que os profissionais estejam atentos para identificar fontes de apoio na família, figuras que tenham importância para o paciente e possam receber informações junto com ele.
“Hoje, a AIDS é uma doença controlada, se tornando uma doença crônica, que exige cuidados ao longo da vida e é a família quem vai ter cuidado mais próximo. As famílias estão inseridas em todo o processo, ela está inserida no mesmo contexto de vulnerabilidade social que os pacientes, adoecem junto com eles”, afirma Cíntia.
Mais convivência, menos preconceito
Para a pesquisadora, as vivências dos pacientes ajudam a quebrar estigmas e preconceitos. “Os resultados demonstraram que a vivência próxima e prolongada com pessoas com AIDS ajuda a desconstruir a doença como morte, minimizando o medo da perda do portador por familiares”, conta. Os profissionais de saúde, ela diz, poderiam ajudar mais nesse sentido.
A formação e a atuação desses profissionais, segundo ela, ainda ficam pautadas em aspectos técnicos. Na opinião de Cíntia, as políticas públicas que focam na prevenção da doença precisam ser mais efetivas e educativas. O medo do contágio por HIV é recorrente entre os familiares, por exemplo, porque a população ainda não conhece bem as vias de transmissão.
“As políticas públicas precisam repensar as formas de comunicação, investir em informações para as famílias e na formação dos profissionais de saúde para lidar questões subjetivas”, diz.
De acordo com o Ministério da Saúde, são detectados cerca de 39 mil casos novos da doença por ano e o tratamento com medicamentos antirretrovirais atende a 340 mil pessoas no Sistema Único de Saúde (SUS). O índice de mortalidade caiu de 6,4 casos por cada 100 mil habitantes, em 2003, para 5,5 por 100 mil habitantes em 2012.
iG
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