Testes apontam que nova droga reduz o índice de mortalidade em 20%. Novartis deve solicitar autorização para vender a droga no fim de 2014
Um medicamento experimental do laboratório suíço Novartis mostrou-se
eficaz no aumento da expectativa de vida de pacientes com insuficiência
cardíaca, reduzindo o índice de mortalidade em 20%. A nova droga,
conhecida como LCZ696, poderia substituir as terapias usadas atualmente
para tratar a doença, que afeta 26 milhões de pessoas no mundo.
O teste foi feito com 8.442 pacientes de 47 países, ao longo de 27
meses. Foi avaliada a inocuidade e a eficácia do tratamento em pacientes
com insuficiência cardíaca, e a comparação com aqueles tratados com o
enalapril, vendido em marcas como Renitec e Vasotec.
Foi comprovado que 21,8% dos pacientes tratados com o LCZ696 morreram
de insuficiência cardíaca, enquanto, entre os pacientes tratados com
enalapril, esta porcentagem foi de 26,5%, uma diferença de 20%.
O medicamento também reduziu em 21% o número de internações por causa
da doença. Segundo os pesquisadores, um dos efeitos colaterais do
LCZ696, é a hipotensão, embora eles afirmem que ele causa menos danos
aos rins do que o enalapril.
A gigante farmacêutica Novartis anunciou neste sábado os resultados
do estudo, no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em
Barcelona, Espanha. Os resultados foram publicados também pela revista
americana “New England Journal of Medicine”.
A Novartis deve solicitar à Administração de Alimentos e Medicamentos americana (FDA,
sigla em inglês) autorização para começar a vender a nova droga no fim
de 2014 e obter o seu equivalente na União Europeia em 2015. O índice de
mortalidade por insuficiência cardíaca é elevado. Cerca de 50% dos
pacientes morrem nos cinco anos posteriores ao diagnóstico, segundo a
Novartis.
O analista Tim Anderson, da empresa Sanford C, citado pelo “New York
Times”, estima que o remédio terá um preço elevado, podendo custar US$ 7
diários nos Estados Unidos, ou US$ 2,5 mil anuais. As versões genéricas
dos demais tratamentos contra a doença custam US$ 4 por dia.
G1
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