A fórmula é conhecida, mas continua sendo mágica: exercícios físicos, consumo de cálcio e exposição adequada ao sol são vitais para quem passou dos 50 anos. É nessa faixa que a osteoporose costuma bater a porta. O cálcio é o principal nutriente para manter ossos fortes, mas também é fundamental para manter o coração batendo e a musculatura periférica trabalhando.
– Se o consumo de cálcio é baixo, os ossos são os primeiros a sofrer os danos, Por isso, depois dos 50 anos a soma da atividade física, a ingestão de cálcio pela dieta e 15 minutos de sol sem protetor solar são vitais para qualidade de vida – conta Sebastião Radominski, chefe da Reumatologia da Universidade Federal do Paraná e presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).
Uma pesquisa desenvolvida pela Pfizer Consumer Healthcare em parceria com a ABRASSO revelou que 71% das mulheres desconhecem que a perda de cálcio começa muito cedo, aos 35 anos. O IBGE revelou que 90% da população brasileira consome cálcio de forma inadequada. A professora do curso de Nutrição da Unisinos, Bruna Pontin, aponta que há combinações que interferem na absorção de cálcio.
– O ferro pode anular a forma como o corpo recebe o nutriente. Por isso, bife com molho branco, café com leite e leite com achocolatado não são combinações recomendadas – disse.
Nosso corpo se constrói e reconstrói, mas depois dos 50 anos a matemática começa a ficar negativa. Essa conta pode ser equilibrada se o consumo de cálcio for de 1200ml/dia. Isso significa que um copo de leite, um iogurte e duas fatias de queijo dão conta da demanda.
– Apenas quem realmente tem intolerância ao leite e seus derivados deve optar pela suplementação – destaca Radominski.
Embora folhas verdes mais escuras, salmão, sardinha, linhaça e amêndoas sejam fontes recomendadas, a disponibilidade de cálcio nos derivados do leite é ainda maior. Enquanto 100g de espinafre possui 100ml de cálcio, um copo de leite pode ter mais de 300ml do nutriente.
A osteoporose é a principal consequência da insuficiência de cálcio. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida. A pesquisa da ABRASSO revela ainda que apenas 33% dos participantes afirmam ter feito alguma mudança em seus hábitos visando à saúde dos ossos.
Com instalação silenciosa, a osteoporose normalmente é descoberta quando ocorre uma fratura, seja ela de forma espontânea ou por pouco impacto. A dor está diretamente associada ao local em que ocorreu a fratura ou desgaste ósseo.
– A osteoporose é muda, mas a fratura grita. Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são tão importantes – esclarece Radominski.
Para quem já passou dos 50, Radominski destaca 5 situações que podem ser um alerta para dar mais atenção à saúde dos ossos:
1) Avaliar fatores de risco para fratura
O histórico familiar pode ser determinante. Enquanto 1 em cada 3 pessoas podem ter osteoporose na terceira idade, o dobro sofrerá desse problema se algum familiar já tiver problemas nos ossos. “Isso significa que se há esse fator, é preciso começar a cuidar ainda mais cedo”, revela.
2) Histórico de fratura por baixo trauma
“Se por um escorregão uma fratura foi causada, a qualidade do osso não é boa, não importa a fase da vida em que a situação aconteceu”, explica o reumatologista. Esse é um bom motivo para cuidar desde cedo. Se o consumo diário for levado a sério desde os 20 anos, as chances do problema ocorrer diminuem consideravelmente.
3) Uso de cortisona
A cortisona é um medicamento que age como anti-inflamatório e imunossupressor. Ela pertence às drogas esteróides e é usada para tratar, entre várias doenças, alergias graves, doenças reumáticas e respiratórias e problemas de pele. O uso prolongado de cortisona pode afetar diretamente a saúde dos ossos porque reduz a massa óssea.
4) Menopausa
Nessa fase, as mulheres podem apresentar um desgaste mais acelerado e comprometer até 25% da massa óssea, caracterizando a osteoporose.
5) Pouco sol
“Passe protetor no rosto e não no corpo e, durante 15 minutos, tome sol diretamente na pele, não mais do que isso, todos os dias”, diz. O sol faz com que toda a ingestão de cálcio seja absorvida de maneira eficiente porque ele com que o corpo produza o hormônio Colecalciferol, que costumamos chamar de Vitamina D. Mais do que osteoporose, a falta desse hormônio causa fadiga crônica, dores musculares, raquitismo, deficit de crescimento, doenças respiratórias, psoríase e outros males.
Zero Hora
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